“Estamos a falar de cerca de 40 mil a 50 mil trabalhadores na fase de construção destes projectos e maior dinamismo económico no nosso país” – PR

O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, destacou na Quarta-feira, em declarações à imprensa, em Houston, Texas, nos Estados Unidos da América, os ganhos estratégicos da cooperação entre Moçambique e a ExxonMobil, sublinhando a importância da transferência de conhecimento, da capacitação de jovens moçambicanos e do investimento em projectos que impulsionem a industrialização e o desenvolvimento sustentável do país.

Na ocasião, o Chefe do Estado moçambicano qualificou de “sinal muito forte” a assinatura de dois memorandos de entendimento com a multinacional norte-americana, referindo que os mesmos representam um passo decisivo na consolidação das parcerias tecnológicas e na criação do Centro Tecnológico de Moçambique, uma instituição especializada de formação de referência para o sector de petróleo e gás em Moçambique.

“A Exxon Mobil é uma das maiores, senão a maior, operadora da área do „oil and gas‟ ao nível do mundo. É fundamental que Moçambique beneficie da sua experiência e tecnologia, sobretudo para formar jovens moçambicanos capazes de liderar, no futuro, a exploração e a gestão dos nossos recursos energéticos”, afirmou o Presidente Daniel Chapo.

O estadista moçambicano realçou que o país se encontra entre os dez principais produtores de gás natural do mundo e que é essencial preparar quadros nacionais para assumirem funções de docência e liderança técnica no sector. Segundo explicou, o futuro centro especializado de quadros moçambicanos para a área de “oil & gas” contará com moçambicanos treinados em várias partes do mundo, alguns dos quais já integram equipas de operações nacionais e internacionais.

Daniel Chapo frisou igualmente que o acordo assinado para o desenvolvimento de projectos de transformação e distribuição de gás doméstico em Moçambique constitui uma mais-valia para o fortalecimento da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), que passa a liderar o processo de desenvolvimento de soluções energéticas internas, com vista à industrialização do país. A primeira acção do acordo consistirá na feitura de estudos de viabilidade sobre a matéria.

“O gás é uma matéria-prima estratégica para fabricar muitos produtos e garantir energia em quantidade e qualidade. Com o gás doméstico poderemos produzir fertilizantes, construir mais centrais eléctricas e abastecer a indústria nacional, o que é fundamental para concretizarmos a nossa visão de independência económica”, referiu.

O Presidente da República destacou ainda a visão de transformar Moçambique num hub regional de fornecimento de energia eléctrica, aproveitando a localização estratégica do país e o potencial de exportação de energia para os países vizinhos. Sublinhou que tal estratégia contribuirá para aumentar as receitas em moeda estrangeira, melhorar a balança de pagamentos e robustecer a economia nacional.

Ao abordar o impacto global dos grandes projectos de gás, Daniel Chapo afirmou que estes trarão benefícios múltiplos à economia moçambicana, nomeadamente através do aumento das receitas fiscais, criação de postos de trabalho e estímulo ao crescimento de pequenas e médias empresas nacionais, que irão fornecer bens e serviços às multinacionais do sector.

“Estamos a falar de cerca de 40 mil a 50 mil trabalhadores na fase de construção destes projectos. Isso significa mais impostos, mais rendimentos e maior dinamismo económico no nosso país”, explicou.

O Chefe do Estado enfatizou, porém, que a visão do Governo não se limita ao gás. O objectivo é diversificar a economia, investir as receitas provenientes dos recursos naturais em sectores como a agricultura, turismo, transportes e infra-estruturas, para garantir um crescimento inclusivo e sustentável.

Neste contexto, destacou a realização iminente da Conferência Internacional de Turismo, agendada para os dias 3 e 4 de Novembro, em Vilankulo, província de Inhambane, como um marco importante para promover soluções concretas e atrair investimentos para o sector.

“Precisamos de sair da lógica de falar apenas de problemas e passar a discutir soluções. A agricultura, o turismo, a indústria e a logística são sectores fundamentais para gerar emprego e rendimento para a juventude moçambicana”, afirmou o Presidente da República.

Encerrando a sua intervenção, o estadista sublinhou que o propósito final de todos estes esforços é melhorar as condições de vida do povo moçambicano.

“Queremos que cada projecto, cada investimento e cada infraestrutura se traduzam em mais escolas, mais hospitais, melhores estradas, mais emprego e mais oportunidades para as famílias moçambicanas. Este é o verdadeiro sentido do nosso desenvolvimento”, concluiu. (GI)

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