Nas últimas eleições, apesar de ser amplamente considerado o vencedor por uma parte significativa da população, Mondlane não foi reconhecido como presidente, devido às graves falhas da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e do Conselho Constitucional, falhas essas que minaram a confiança pública nas instituições eleitorais.
Grande parte das críticas dirigidas a Venâncio Mondlane não se baseia em argumentos políticos sólidos ou em análises construtivas. Muitos dos seus críticos parecem movidos por interesses pessoais, inveja ou até mesmo motivações financeiras, recebendo compensações para desacreditar a sua imagem. Outros simplesmente não toleram ver um líder de um partido não tradicional conseguir mobilizar as massas e inspirar um novo tipo de engajamento político.
Infelizmente, em Moçambique ainda não se aprendeu a fazer política de forma íntegra. O regime vigente contaminou o sistema político ao ponto de influenciar até os próprios analistas, que, em vez de contribuírem com críticas construtivas e sugestões de melhoria, optam por ataques pessoais. É evidente que Venâncio Mondlane, como qualquer outro líder, não possui 100% de ideias correctas, é natural haver falhas, mas o que falta no país é um debate político maduro, orientado por ideias e não por hostilidades.
Somente quando os moçambicanos aprenderem a separar a crítica construtiva do ataque pessoal, e a colocar os interesses do povo acima dos interesses partidários, será possível construir uma democracia verdadeira e saudável. (Rachide Abdala)







