O porta-voz afirmou que, ao analisar o vídeo, percebeu inconsistências claras. “Eu vi as imagens, aquelas imagens (…) o espaço onde aquela actividade é difundida não tem nenhuma relação com o espaço que é Mocímboa da Praia”, declarou.
Ele destacou que as vegetações mostradas no vídeo não são características da vila, sugerindo que as imagens foram “trabalhadas para atingir um objectivo” desconhecido.
Freitas Nota, enfatizou que o vídeo não reflecte o sentimento real da população de Mocímboa da Praia. Ele descreveu a relação entre as Forças Armadas e os civis como de proximidade e cooperação.
“Sabemos, no Teatro Operacional Norte, as Forças Armadas são acarinhadas pelo povo e trabalham com o povo. O povo nos ajuda até certo ponto a indicar-nos quais são as manifestações com alguma tendência que ponha em causa a segurança e estabilidade da região”, afirmou, reiterando que o vídeo é um “exercício manipulado”.
O Tenente ressaltou que, em cenários de conflito com “muitas hostilidades” e “muitos interesses”, a manipulação de informação é uma táctica comum. “A probabilidade de manipular a informação é maior. Estamos a trabalhar para encontrarmos mais ou menos qual é o propósito disso”, justificou.
Questionado sobre a situação actual na região, o porta-voz do MDN disse que a dinâmica do conflito mudou significativamente nos últimos meses. Ele mencionou que, a partir de Março, Abril e Maio, houve um aumento da actividade terrorista, com incursões até mesmo na zona de Mecula, na província do Niassa. No entanto, a situação agora é diferente.
“Hoje a nossa actividade cinge-se na perseguição, porque o inimigo já não tem aquela actividade, não, aqueles modos operantes anteriores que tinham de agir em grupo, adquirir um determinado espaço entre aspas, onde formam ou criam a sua base permanente”, explicou. Ele concluiu que os terroristas “estão em movimento, estão despertos, pedem resgates por aí”, o que sugere um “certo desespero” em relação à sua logística e segurança.
As declarações do major-general Freitas Nota foram feitas durante uma conferência de imprensa convocada para anunciar as actividades que marcarão a celebração do 61º aniversário das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), celebrado no dia 25 de Setembro. Este ano, o evento tem como lema “61 anos servindo com honra, defendendo com coragem e unidade, unido com o patriotismo” e as cerimónias centrais ocorrerão na cidade de Matola.
O porta-voz detalhou a programação, que inclui a deposição de coroas de flores na Praça dos Heróis, um desfile militar e um discurso do Presidente da República, que é também o Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança. Além disso, uma série de eventos cívicos, desportivos e culturais estão previstos. (Ekibal Seda)