No seu breve discurso proferido na tarde de quarta-feira, dia 11 de Junho corrente, durante a Conferência Ministerial dos Coordenadores para a Implementação dos Resultados da IV Cimeira do Fórum de Cooperação China-Africa (FOCAC), realizada na cidade de Changsha, capital da província de Hunan, a Ministra Lucas afirmou que a República Popular da China “tornou-se o maior parceiro comercial de África e de Moçambique”.
Saudou, neste contexto, a adopção da política chinesa de tarifa zero aos produtos provenientes do continente africano e o anúncio do Presidente Xi Jinping sobre a disponibilização de cerca de mais de cinquenta biliões de dólares para a implementação da dez acções da Iniciativa das Dez Parcerias.
Segundo explicam as autoridades chinesas, as dez acções de parceria têm o propósito de aprofundar a modernização da cooperação da China com África nos próximos três anos, e consistem essencialmente em parcerias para: (i) aprendizagem mútua entre civilizações, (ii) prosperidade comercial, (iii) cooperação na cadeia de valores produtiva para a industrialização, (iv) conectividade, (v) desenvolvimento da cooperação, (vi) saúde, (vii) agricultura e bem estar, (viii) intercâmbio entre os povos, (ix) desenvolvimento verde e (x) segurança comum.
“Moçambique acolhe e elogia esta iniciativa promissora, “ assegurou a Ministra Lucas, “mas para que ela seja viável e bem sucedida nos nossos países, em Moçambique em particular, existem desafios que devem ser enfrentados, incluindo a flexibilidade dos mecanismos de preparação e submissão dos projectos, bem como de desembolso de fundos”.
Neste contexto, reiterou “a importância fundamental da capacitação dos nossos países, por meio de assistência técnica, sobre como preparar projectos de acordo com os critérios e padrões exigidos pelas autoridades chinesas.” “Acreditamos”, sublinhou, “que isso ajudaria a tornar o processo mais rápido e eficaz”.
Ainda neste âmbito, a Ministra Lucas assinalou os esforços que estão sendo feitos para melhorar o ambiente de negócios, favorável aos investimentos públicos e privados para o desenvolvimento de África e Moçambique. Enfatizou que “Moçambique está a trabalhar para garantir uma maior estabilidade política para atrair investimento directo estrangeiro, particularmente de empresários chineses”.
Ocorrida em Changsha, cidade-capital da província situada na região sul-central da China, terra natalícia de Mao Tse Tung, o lendário líder chinès que fundou a República Popular da China, em 1949, a Conferência Ministerial dos Coordenadores para a Implementação dos Resultados da IV Cimeira do Fórum de Cooperação China-Africa contou com a presença de cinquenta e três ministros africanos dos negócios estrangeiros e do Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wangi Yi, e demais dirigentes do ministério das relações exteriores da República Popular da China.
No seu discurso de abertura proferido na manhã desta quarta-feira, o Ministro Wang Hi definiu o século XXI como o século africano, enquanto os ministros africanos que intervieram foram unânimes em considerar o FOCAC como uma plataforma importante na relação sino-africana, sobretudo no contexto das crises provocadas pela actual e complexa situação política internacional.
Sobre esta situação, a Ministra Lucas disse que o mundo enfrenta desafios globais, “acentuados por tensões comerciais e incertezas no sistema político internacional”. À propósito, declarou que, “no quadro do Fórum China-África, nós defendemos um mundo mais justo, inclusivo, participativo e multipolar”, reafirmando incondicionalmente “o apoio e compromisso de Moçambique no multilateralismo ancorado na Carta das Nações Unidas e nos mecanismos de comércio baseado nos princípios e objectivos da Organização Mundial do Comércio”.
A Ministra dos Negócios Estrangeiros Maria Manuela dos Santos Lucas discursou no decurso da visita de trabalho que efectua à República Popular da China, de 10 a 15 de Junho de 2025.
