Nessa altura:
Não falavam como nós. Comunicavam por sons e gestos, mas não tinham linguagem articulada.
Não choravam com lágrimas emocionais, mas sentiam dor, medo e empatia no grupo.
Não construíam casas. Dormiam em ramos ou faziam ninhos simples com folhas.
Viviam em pequenos grupos sociais, com ligações entre mães, filhos e adultos cooperativos.
Caçavam pequenos animais e recolhiam frutos, sementes e raízes.
A expectativa de vida ao nascer era de cerca de 20 anos, com muitos indivíduos morrendo antes dos 10 anos. Sobreviver exigia sorte, força e apoio do grupo.
Esses primeiros hominídeos andavam parcialmente em pé, mas ainda mantinham traços adaptados às árvores – braços longos, dedos curvos, corpo leve. A transição para a vida no solo foi lenta, marcada pela adaptação às savanas e à exploração de novos territórios.
Hoje, percorremos cidades, usamos palavras e vivemos décadas. Mas o nosso corpo guarda memórias daquela vida antiga.
Fomos feitos para agarrar, escalar, cooperar – e, um dia, descer.
Foi ali, nas árvores, que tudo começou.
_Egídio G Vaz Raposo | Historiador & Estratega de Comunicação | egidiovaz.com_