“É o direito soberano de qualquer país”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, quando questionado sobre se a Ucrânia poderá um dia juntar-se à União Europeia.
“Estamos a falar de processos de integração e de integração económica. E aqui, evidentemente, ninguém pode ditar nada a nenhum país. Nós não vamos fazer isso”, assegurou.
Peskov quis esclarecer, no entanto, que a posição de Moscovo é distinta no que diz respeito à adesão da Ucrânia a alianças militares. “A posição é completamente diferente, claro, em assuntos relacionados com a segurança, defesa ou alianças militares”, vincou.
“Nesses casos, a nossa abordagem é diferente e bem conhecida”, acrescentou o responsável.
No mesmo dia em que, em Riade, Rússia e Estados Unidos se encontram para discutir as suas relações e as opções para pôr fim à guerra na Ucrânia, Dmitry Peskov reiterou que o presidente russo está pronto para negociar com o homólogo ucraniano “caso necessário”.“Putin tem dito repetidamente que está pronto para falar sobre paz”, sublinhou. “Claro que preferimos atingir os nossos objetivos pacificamente”.
“O próprio Putin disse que, se necessário, estaria pronto para negociar com [Volodymyr] Zelensky, mas o quadro jurídico dos acordos deve ser discutido à luz da realidade”, declarou o porta-voz da Presidência russa.
Sobre o encontro em Riade, Peskov declarou que Moscovo ainda não pode avançar com uma avaliação das negociações com os Estados Unidos, já que “ainda agora começaram”.
Questionado sobre se o presidente russo, Vladimir Putin, poderia reunir-se pessoalmente com o homólogo norte-americano, Donald Trump, o porta-voz respondeu que “talvez as conversações de hoje tragam mais clareza”.
Dmitry Peskov disse também ser “impossível” alcançar uma solução para a guerra na Ucrânia sem uma discussão mais ampla acerca das questões de segurança na Europa.
“Um acordo a longo prazo, um acordo viável, é impossível sem uma análise abrangente das questões de segurança no continente”, afirmou perante os jornalistas.
As declarações surgem um dia depois de vários líderes europeus terem estado reunidos numa cimeira de emergência em Paris, na qual determinaram investir mais na defesa e assumir a liderança na prestação de garantias de segurança à Ucrânia.
RTP c/ agências