O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou neste sábado que o rascunho de acordo bilateral sobre minerais raros e essenciais com os Estados Unidos ainda não está fechado, pois não inclui as garantias necessárias para proteger os interesses da Ucrânia: “Ainda não está pronto para proteger os nossos interesses.”
O acordo sobre cedência dos minerais é visto como fundamental para que Kiev consiga ter o apoio dos EUA, que procuram um desfecho rápido para a guerra entre Ucrânia e Rússia. Enquanto isso, o líder ucraniano pressiona por garantias de segurança para evitar futuras invasões, caso um acordo de paz seja firmado.
Segundo Zelensky, em declarações feitas durante a Conferência Anual de Segurança de Munique – evento que reúne líderes políticos e militares globais – a proposta dos EUA prevê uma parceria para exploração de minerais essenciais, incluindo terras raras, titânio, urânio e lítio.
No entanto, o presidente ucraniano realçou esta semana, em entrevista à Reuters, que a Ucrânia não pretende “entregar os seus recursos de graça” e defende um modelo de desenvolvimento conjunto.
De acordo com a cadeia televisiva norte-americana NBC, a proposta apresentada pelos Estados Unidos sugere que os norte-americanos fiquem com 50% dos minerais de terras raras da Ucrânia como forma de reembolso pelos pacotes de ajuda militar e financeira enviados desde a invasão russa em 2022. O rascunho do contrato foi entregue a Zelensky pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, durante uma reunião em Kiev.
Apesar da pressão, Zelensky optou por não assinar o documento, afirmando que precisa de o rever detalhadamente e consultar outras autoridades antes de tomar uma decisão final, segundo fontes citadas pela NBC. (DN)