O povo já não acredita nas cantigas dos políticos ancorados ao poder e falsas promessas, facto este que vem levando os agentes que deveriam ser o garante da Lei, Ordem e Segurança Públicas a desnortear-se e agirem como símbolos do caos. Transformaram-se em autênticos assassinos como se na Polícia existisse um prémio de quem faz mais “cagadas” e mata inocentes desarmados. Não se entende como alguém que jurou defender o povo enquanto vector central de um Estado, esteja a ser o próprio símbolo do caos.
Nestes dias, assistimos em directo militares atropelando propositadamente uma mulher indefesa que simplesmente dirigiu-se à rua para exigir o respeito pelos seus direitos usurpados há décadas. Assistimos os jovens de Nampula sendo feridos e assassinados. E os casos mais gritantes e exacerbadamente desumanos registaram-se em Ressano Garcia, onde jovens que ainda poderiam contribuir bastante para o desenvolvimento deste País foram assassinados em directo, ou seja, o mundo todo assistindo e outros baleados em plena cerimónia fúnebre, uma grande heresia governamental. Em outros locais assistimos à fúria popular a culminar com o incendiamento de viaturas militares e policiais, assim como esquadras em Maputo, Inhambane, Zambézia e Nampula.
Diante da situação a comunidade internacional teve que reagir e condenar o acto, mas será que tudo terminará em condenações televisivas e em comunicados? Quem virá travar definitivamente estes agentes ou símbolos do caos que já dizimaram mais de 130 pessoas em menos de dois meses?
Precisamos corrigir este mal urgentemente. Precisamos acabar com a chacina que está prejudicando o nosso Estado pálido de imagem negativa desde os tempos. Hoje a situação já caminha para uma guerra civil e num estágio caótico, onde ninguém saberá quem é o inimigo ou o protector do povo. Talvez todos terão que estar armados de alguma forma para defender-se dos causadores do caos. (Omardine Omar)