Mais de 200 reclusos libertados por manifestantes em três cadeias de Moçambique

Mais de 200 reclusos escaparam de três cadeias nas províncias moçambicanas da Zambézia e Gaza durante os protestos nas penitenciárias em sete dias da mais recente fase de manifestações que encerrou nesta quarta-feira, 11. A informação foi confirmada por autoridades e residentes.

Na manhã desta quarta-feira, 11, um grupo de manifestantes enfurecidos arrancou os portões e invadiu a cadeia distrital de Ile, na província da Zambézia, e libertou 90 reclusos, segundo a Polícia, citada pelo canal de televisão STV.

Em declarações à Voz da América, Azevedo Joaquim, morador de Errego, a principal vila do distrito de Ile, contou que “uma multidão descontrolada” deitou abaixo o portão da penitenciária e dirigiu-se às celas, libertando os reclusos e destruindo parte das infraestruturas.

Há uma semana, 4 de dezembro, no primeiro dia da fase designada por 4X4, na província da Zambézia, outro grupo de manifestantes invadiu a penitenciária da vila sede distrital de Mulevala, libertando outros 100 reclusos.

As penitenciárias dos distritos de Inhassunge e Morrumbala foram igualmente invadidas em ocasiões diferentes, alegadamente por grupos de manifestantes que libertam um grande número de reclusos

Em Inhassunge, o ataque à penitenciária envolveu os Naparamas, a força local integrada por antigos guerrilheiros e que tem o apoio do Governo.

Também na passada quarta-feira, 4, outros 46 reclusos fugiram da cadeia distrital de Chibuto, na província de Gaza, durante os tumultos em protesto contra a alegada fraude eleitoral.

O incidente ocorreu quando um grupo de mais de duas mil pessoas furiosas invadiram a cadeia de Chibuto, que na altura albergava 150 reclusos, tendo arrombado as portas e libertos os reclusos.

As autoridades governamentais dizem que dos 46 reclusos libertos pelos manifestantes, um decidiu se entregar a penitenciária, estando a a Policia a trabalhar para localizar os restantes 45 reclusos.

A mais recente fase de contestação reivindicada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane decorre até hoje.

No entanto, é expectável que os protestos continuem apesar da aproximação das datas festivas.

Mondlane afirmou nas redes sociais que não espera que os manifestantes se tornem apáticos durante a época festiva

“Desta vez, não vamos ter Natal, porque o povo vai estar na rua”, insistiu Mondlane na passada semana.

O Conselho Constitucional deve confirmar os resultados das eleições de 9 de outubro ainda neste mês. (VOA)

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