Durante uma conferência de imprensa na manhã desta segunda-feira (02 de Dezembro), os mesmos, acusaram a Comissão Nacional de Eleições (CNE), representada por Carlos Matsinhe, de negligência grave, com estes, chegando a descrever o comportamento do presidente como “diabólico”.
Stélio Ndachata, Director-adjunto do distrito municipal Chamanculo, explica que o atraso nos pagamentos não se limita à cidade de Maputo, mas se estende a todo o país. De acordo com estes, os valores devidos incluem o 13º subsídio de 2023 e os subsídios referentes aos últimos dois meses, sendo que este já é o terceiro mês sem pagamentos.
Os membros destacaram que, apesar de terem cumprido com todas as suas funções durante o processo eleitoral, incluindo a preparação, gestão e condução das eleições gerais de Outubro de 2024, ainda não receberam os valores prometidos. Também relataram dificuldades extremas na sua vida nos últimos dias, como dívidas acumuladas, ausência de alimentação adequada e até a necessidade de fugir de vizinhos que outrora prestaram dívidas.
Carlos Matsinhe foi directamente responsabilizado pela situação, com Ndachata afirmando que seu comportamento não condiz com os valores cristãos que ele prega. chegou a declarar: “Ele é como Lúcifer, que foi expulso do céu por querer ser igual a Deus”.
Os membros também questionaram o destino dos fundos destinados ao processo eleitoral. “Se o orçamento foi aprovado e o processo decorreu, por que os subsídios não foram pagos? Para onde foi o dinheiro?”, indagaram, exigindo respostas claras e acções imediatas.
E dizem ainda” Pecador, sim. Diabo. Porque o comportamento de um diabo, de um pecador é este. Nós somos crentes e nós entendemos a palavra. Tudo que é feito, que é acção diabólica, nós repreendemos em nome de Jesus. Por isso, eu gostaria de repreender a ele.”
Os manifestantes afirmaram que, caso a situação persista, pretendem intensificar as acções de protesto, incluindo deslocar-se às residências de membros da CNE para exigir os seus direitos.
“Se este dinheiro não refletir na nossa conta, o que é que eu vos garanto? Almoço, jantar, mata-bicho em casa do Matsinhe. Se não é em casa dele, vamos à casa do filho onde nós conhecemos”, ameaçaram.
De referir que na última semana, circulou uma carta do Secretariado Técnico de Administração eleitoral (STAE) convocando uma greve nacional em resposta à falta de pagamento dos subsídios devidos aos agentes eleitorais. A greve, programada para os dias 25 e 26 de Novembro de 2024, devia ocorrer em todas as Direções Provinciais das Finanças, em todo o país, mas depois foi refutada alegadamente por ser fake news.
Contudo, a denúncia ganha ainda mais relevância pelo contexto político em que ocorre, já que as eleições gerais de Outubro são vistas como fraudulentas e são os mesmos indivíduos que geriram esse processo, que hoje aparecem a reivindicar. (Bendito Nascimento)