Ambas figuras desempenhavam papéis importantíssimos na corrida eleitoral, particularmente no casamento que surgiu entre Venâncio Mondlane e o PODEMOS. Tal assassinato acontece numa altura em que ambos reuniam provas para contestar os resultados eleitorais já anunciados ao nível dos distritos e cidades assim com nas províncias.
As vozes já começam a associar este crime ao actual contexto político, uma vez que estes são os representantes directos e peças fundamentais no âmbito da preparação e submissão dos recursos que Venâncio e o podemos pretendem ou desejarão fazer.
Entende-se que o assassinato visa fragilizar estes concorrentes. Primeiro – distraindo-os do processo de recolha de documentos para contestarem os resultados; e Segundo – amedrontando os demais “soldados” de Venâncio.
Afinal, quantas balas são necessárias para a queima de arquivos? Se uma bala já é crueldade, o que se pode dizer de 25? Nota-se que o objectivo era mesmo de “matar para morrer”, apagar e silenciar em definitivo.
Mas 25 balas mesmo? Quanto desespero… Mesmo se cada um deles tivesse sete vidas de certeza que não suportariam as 15 munições restantes.
Foram-se dois homens fortes de Venâncio. Mas ficam, e agora ainda mais, dúvidas sobre o processo eleitoral em curso dado ao papel que estas figuras desempenhavam junto dos seus concorrentes.
Associado ou não ao processo eleitoral, o crime não deixa de ser bárbaro e assombroso. Isso aumenta a preocupação dos moçambicanos face a onda de criminalidade que o país vem registando nos últimos tempos.
Nos últimos dias várias figuras disseram sentir-se perseguidas e depois disso de certeza que sentirão ainda mais. Enquanto não se esclarece o episódio fica a questão: e agora, quem será o próximo?
(Ekibal Seda)