O crime ocorreu na Avenida Joaquim Chissano, onde a vítima foi alvejada com 25 disparos. Além de Elvino, Paulo Guambe, mandatário do partido PODEMOS, também foi morto na emboscada.
Elvino Dias era uma peça-chave na defesa jurídica de Mondlane, conhecido por sua actuação vigorosa na contestação dos resultados das eleições gerais de 9 de outubro. Este, liderava o processo de impugnação eleitoral, organizando provas que seriam levadas ao Conselho Constitucional para tentar anular as eleições, além de estar à frente da preparação para a greve geral marcada para 21 de outubro, em protesto contra as alegadas irregularidades eleitorais.
Nos últimos dias, Elvino havia feito denúncias públicas sobre ameaças contra sua vida e a de Mondlane, supostamente vindas de “esquadrões da morte”, grupos que historicamente têm sido associados ao silenciamento de opositores políticos em Moçambique. Em uma de suas postagens nas redes sociais, o advogado relatou uma tentativa de assassinato, sugerindo que as ameaças contra ele estavam escalando à medida que a tensão política no país aumentava.
Este assassinato traz ecos de violência política já vivenciada em outros períodos eleitorais, como no caso de Anastácio Matável, activista morto em 2019 em circunstâncias semelhantes. A morte de Elvino Dias agrava ainda mais o clima de turbulência política que paira sobre o país, particularmente num momento em que se aguarda a greve geral de segunda-feira, cujas consequências são imprevisíveis. (INTEGRITY)