Esta segunda-feira é o 37º dia dos 45 de campanha eleitoral, faltando apenas uma semana para o fim do período de propaganda política. Neste período, formações políticas, coligações de partidos, proponentes, candidatos, membros e simpatizantes focaram a sua atenção em garantir que o eleitorado vote nos seus projectos de governação.
Com Lutero Simango o MDM orienta a reconstrução nacional e a mobilização de recursos para a conquista da independência económica e fazer de Moçambique um país de dignidade humana e de justiça social. Olhando a necessidade da resolução dos problemas dos moçambicanos.
Por sua vez a Frelimo, através de Daniel Chapo, alega que a sua visão de governação para os próximos cinco anos é de ter um Moçambique mais unido, em paz, inclusivo e democrático. Uma nação livre da dependência externa e que cresça de forma sustentável economicamente através de recursos internos.
Já Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido PODEMOS, centra a sua campanha em dez pontos que os chamou de desafios de governação, argumentando que têm como causa a luta pela justiça social e boa governação.
Por fim, Ossufo Momade e o seu partido, Renamo, dizem querer fazer um estado que respeite os direitos, liberdades e garantias fundamentais. Um governo eficiente, eficaz e politicamente responsável que promova um desenvolvimento inclusivo, participativo e sustentável.
Nesta reportagem destacamos as principais promessas dos candidatos a Ponta Vermelha para os próximos cinco anos caso vençam as eleições. Referir que os concorrentes já percorreram Moçambique de lés a lés divulgando o seu manifesto para o eleitorado.
Lutero Simango promete servir aos interesses dos moçambicanos
Ao longo da sua campanha o candidato do MDM tem estado a prometer servir aos interesses dos moçambicanos, para o efeito diz que vai enriquecer Moçambique e acabar com a corrupção que empobrece o país. A promessa foi enfatizada durante a sua passagem pela província de Nampula.
Na Beira, onde Lutero Simango lançou a sua campanha num Showmício aproveitou-se dos actuais problemas no sector judiciário e desafios das empresas públicas para prometer autonomia financeira aos juízes bem como relançar financeiramente as empresas estatais.
Durante a sua passagem na Zambézia, Simango prometeu que resolverá a questão da exploração ilegal da madeira. Ademais criará indústrias para o processamento deste recurso e estimulará a produção agrícola de forma a garantir emprego aos jovens localmente.
Em Niassa o candidato do MDM assegurou transformar a província apetrechado-a de serviços essenciais básicos visando o desenvolvimento da província. Outro compromisso é o de acabar com o terrorismo em Cabo Delgado que afecta esta região desde 2017.
No que diz respeito aos recursos minerais avançou que criará indústrias para processar os minérios em Moçambique por forma a reter os impostos fazendo com que beneficiem mais os moçambicanos e primeiramente nas zonas onde são explorados.
Simango olha a agricultura como o centro para o desenvolvimento socioeconómico, por isso garante que construirá indústrias de Agro-processamento. Já na recta final da campanha nas zonas urbanas este candidato destaca que vai baixar o custo de vida no país.
Daniel Chapo quer descentralizar o país e garante melhorias socioeconómicas
Daniel Chapo é até o momento o candidato que mais percorreu o país e a diáspora em busca do voto. Nas suas caminhadas divulga a ideia de que vai melhorar a condição de vida dos moçambicanos baseando-se no que os candidatos, do seu partido, que o antecederam fizeram.
Durante a sua passagem por Nampula prometeu tornar esta província a capital económica do país. Voltou a reforçar a ideia de descentralização de capitais na Zambézia onde disse que construirá a Assembleia da República no distrito de Mocuba tornando-a em capital legislativa.
Devido a sua experiência de governação, Chapo entende que é o candidato mais indicado entre os concorrentes para gerir o país. Em quase todas zonas urbanas, por onde esteve, prometeu resolver os problemas de saneamento, criminalidade e transporte.
Outra aposta deste candidato é a liberdade económica do país. Por isso diz que vai trazer reformas que coloquem todos cidadãos no centro da economia e que através disso poderão contribuir com impostos para o desenvolvimento de Moçambique sem a necessidade de recorrer-se a ajuda externa para o efeito.
Chapo quer também que as comunidades locais se beneficiem directamente dos ganhos provenientes da indústria extractiva. Neste sentido garante que vai combater todos os males que ameaçam a exploração dos recursos minerais com destaque para o terrorismo.
Em diferentes momentos Chapo destacou que, caso vença, vai melhorar à Estrada Nacional Número 1, como também construirá vias alternativas e pontes de ligação entre os diversos pontos do país cuja travessia actualmente é feita de forma precária.
Venâncio diz que vai despartidarizar o país e promover o desenvolvimento local
O candidato a Presidente da República Venâncio Mondlane iniciou a sua corrida na província de Maputo onde prometeu acabar com os raptos em um ano de governação, bem como melhorar o parque industrial de forma a garantir a empregabilidade dos jovens localmente. Ainda para a juventude prometeu financiar iniciativas de emprego e bolsas de estudos.
Em outros momentos disse que vai tirar Moçambique da pobreza para tal formará um governo íntegro e descentralizará a gestão das receitas adquiridas com a extracção dos recursos minerais. Aliás diz que, caso ganhe, fará uma renegociação dos contratos com as empresas multinacionais que operam no país.
Venâncio tem prometido a revitalização das indústrias que operavam em Moçambique e contribuíam nos cofres do Estado através de receitas, assim como empregando a população. Ademais destaca a construção de fábricas de processamento de forma a aproveitar toda cadeia de valores em benefício dos moçambicanos.
Mondlane argumenta que vai melhorar as vias de acesso para facilitar o escoamento dos produtos dos pequenos agricultores com vista a dinamizar o desenvolvimento partindo das localidades para o mundo fora.
O candidato, actualmente suportado pelo PODEMOS, quer criar um estatuto do combatente no sentido de todos os guerrilheiros sejam considerados combatentes independentemente da sua filiação partidária ou da época do combate garantindo assim a segurança dos mesmos e das suas famílias.
Este é o candidato que mais vezes denunciou episódios de intolerância política neste sentido promete que vai despartidarizar o país. Sendo assim afirma que, se eleito, vai devolver Moçambique aos moçambicanos.
Ossufo Momade afirma que vai mostrar como se governa o país
O candidato presidencial da Renamo, Ossufo Momade, foi o último a fazer o lançamento da sua campanha. Depois de “ressuscitar” disse que caso vença no dia 9 de outubro mostrará como se deve governar o país, neste sentido iniciará a sua governação fazendo severas reformas na função pública.
Uma das áreas abrangidas será a agricultura. Com o seu governo promete intervir na comercialização colocando o produtor no centro do negócio, ou seja, será ele a definir o preço da compra e não o comprador ou importador.
A intervenção incluirá também o sistema nacional de educação. Nesta área os citados foram os professores, este candidato promete que melhorará o salário destes profissionais dada a sua relevância na construção de uma nação que mira o desenvolvimento.
Uma das promessas de Ossufo tem a ver com a melhoria das estradas, por diversas vezes apontou que as vias de acesso do país não oferecem condições para a transitabilidade segura pelo que será uma das suas apostas na governação.
Momade diz que vai melhorar as condições de vida das populações investindo na industrialização da agricultara e pesca. A olhar para as condições que Moçambique apresenta este candidato diz não se justificar o facto de muitos moçambicanos não terem acesso a três refeições por dia, promete que na sua governação será diferente.
O candidato também diz ter enfrentado episódios de intolerância política. Neste sentido promete que tais situações não ocorrerão na sua governação, no seu entender isso é sinal de incapacidade do actual governo pelo que ele é a esperança para o país. (Ekibal Seda)