Nyusi admite que eleições podem afectar projectos de gás natural na Bacia do Rovuma

INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 24 de setembro de 2024-O Presidente da República, Filipe Nyusi, reconheceu na segunda-feira, 23 de setembro, que os projectos de Gás Natural Liquefeito (GNL) na Bacia do Rovuma podem ser afectados pelos contextos eleitorais tanto em Moçambique quanto nos Estados Unidos.

Durante o balanço da sua visita a Nova Iorque, onde manteve encontros com investidores e executivos do sector energético, Nyusi sublinhou a influência das eleições nas decisões empresariais, afirmando que os investidores preferem certezas sobre o desfecho dos processos eleitorais antes de avançarem com grandes projectos.

A questão dos projectos de gás foi levantada após um encontro entre Nyusi e Walter Kansteiner, Vice-Presidente da Exxon Mobil, uma das empresas envolvidas no projecto da Área 4 da Bacia do Rovuma. A Exxon informou que a decisão final de investimento, esperada desde 2020 e já adiada várias vezes, deverá ser tomada nos próximos 12 a 13 meses, após a conclusão dos estudos de engenharia.

Relativamente ao projecto da Total Energies, na Área 01 da Bacia do Rovuma, que está paralisado desde 2021 devido à insegurança em Cabo Delgado, Nyusi afirmou que a retomada das operações dependerá do cenário eleitoral. O Presidente destacou que as empresas tendem a evitar grandes investimentos em contextos políticos instáveis, o que coloca as eleições num papel central para o futuro desses projectos.

Nyusi sugeriu que os jornalistas evitem discutir o futuro dos projectos de gás durante este período de incerteza política, aconselhando que o tema seja retomado apenas no próximo ano, para evitar “embaraçar os políticos”. “Em momentos eleitorais, os investidores preferem ter certezas sobre como as coisas podem terminar”, justificou Nyusi.

Aproveitando a ocasião, o Presidente deixou um recado directo às multinacionais envolvidas nos projectos: “Se percebermos que estão a nos entreter… Preferimos ser entretidos pelo Mr. Bow, não por empresários. Eles estão aqui para investir e fazer dinheiro para o povo.”

Contudo, a expectativa agora gira em torno de como o processo eleitoral e os desdobramentos políticos em Moçambique e nos Estados Unidos poderão influenciar as decisões das multinacionais relativamente aos projectos de gás natural na Bacia do Rovuma. (Bendito Nascimento)

 

Exit mobile version