As partículas emitidas durante as detonações, o desmonte de rochas e o transporte do minério são apontadas como especialmente nocivas à saúde, sendo associadas a doenças respiratórias graves, como silicose e asma. A AGMM realça que a exposição prolongada a essas poeiras aumenta em até 30% a incidência de problemas respiratórios nas populações próximas às minas, citando estudos científicos.
Para mitigar os impactos, a AGMM propõe diversas soluções. Entre elas, a adopção de sistemas de pulverização de água nas áreas de mineração, a criação de barreiras vegetais e o uso de técnicas de desmonte menos agressivas. A associação também destaca que as empresas mineiras devem ajustar as suas operações durante os meses de maior dispersão das poeiras, para minimizar os danos.
A AGMM ainda apelou para que as autoridades e as empresas envolvidas reforcem as medidas de controlo ambiental, sublinhando a necessidade de equilibrar as operações mineiras com a protecção da saúde pública e ambiental em Moatize.
Além dessas recomendações, a associação sugere a implementação de um sistema contínuo de monitoramento da qualidade do ar nas frentes de mineração. “A instalação de estações meteorológicas e sensores de detecção de partículas seria essencial para garantir que os níveis de emissões permanecessem dentro dos limites estabelecidos pelas normas ambientais”, lê-se no comunicado. Esta acção, segundo a AGMM, permitiria uma resposta mais ágil aos picos de poluição.
No documento, a AGMM também defende um diálogo contínuo entre as comunidades locais, as empresas mineiras e as autoridades. “A associação compromete-se a fornecer o suporte técnico necessário para que soluções sustentáveis possam ser implementadas”, reafirma a AGMM, que espera que a indústria mineira possa conciliar o seu papel económico vital com a necessidade de proteger a população e o meio ambiente de Moatize. (Bendito Nascimento)