Escrita durante a Luta de Libertação Nacional, com cerca de 30 poemas, a obra foi lançada há 18 anos, ou seja, em 2006.
Segundo o antigo Presidente, à semelhança da poesia de combate, as histórias contadas tem como objectivo inspirar os mais jovens através da partilha do sacrifício que levou à construção da independência do país do jugo colonial.
“Queremos, nesta nova edição, que as novas gerações encarnem no espírito de sacrifício e luta que os seus pais e avôs manifestaram para termos esta pátria com as conquistas alcançadas, de que nós devemos todos orgulhar-nos. Pretendemos que continuem a sonhar.”
Guebuza lembrou que a literatura ensina a preservar os valores morais e sociais de uma sociedade e o seu livro transmite tais ensinamentos.
“A literatura sempre nos lembra quem nós éramos e a beleza das nossas coisas, da nossa terra e da nossa maneira de viver, e de como estas coisas devem ser valorizadas, preservadas e, se necessário, lutar por elas.”
Aliás, sobre os valores que os moçambicanos têm, Guebuza criticou os que consideram os africanos “corruptos”.
“A tarefa de algumas pessoas é convencer aos africanos que a sua comunidade, a sua família e os seus parentes representam perigo. Então, dizem que a causa da corrupção em África é a ligação que eles têm entre si. As qualidades mais humanas que nós temos viraram corrupção, mas só para eles. Deixemos que eles continuem a pensar que é corrupção, nós acreditamos que é um valor a preservar e continuar a defender.”
Apesar de estar a lançar uma obra escrita, Guebuza disse que a oralidade é preponderante na transmissão de valores, e viu-se isso durante a Luta de Libertação Nacional.
“Tanto na luta clandestina como na luta directa, a cultura foi uma das frentes de combate. Difundiam-se os objectivos da nossa luta e mobilizava-se o apoio interno dos moçambicanos e estrangeiros para a libertação de todos e a erradicação do colonialismo. O acto de ser poeta deixou de estar num grupo pequeno de fazedores de verso para ser uma arte popular.”
A obra foi dedicada ao também antigo Presidente da República, Joaquim Alberto Chissano, a quem Guebuza considera seu irmão mais velho. (JP)