Através de textos publicados na página do Facebook Al Hidayah Moçambique, os membros da Comunidade Islâmica moçambicana afirmam que “hoje prestamos nossa homenagem ao Muhammad Mayet, um empresário cuja vida foi brutalmente interrompida por um acto de covardia. Seu sequestro não apenas abalou sua família e amigos, mas também ecoa como um lembrete sombrio do perigo que todos corremos em uma sociedade onde a segurança é frágil.”
Segundo afirmam, “Muhammad Mayet é mais do que um empresário; é um pai amoroso, um amigo leal e um membro activo da Comunidade Islâmica. Sua ausência deixa um vazio irreparável em nossos corações e uma ferida na alma de nossa Cidade.”
“É urgente que nos unamos e gritemos em uníssono: Stop Sequestros! Devemos nos levantar contra essa violência inaceitável que assola nossas ruas e lares. Cada pessoa sequestrada é mais do que uma estatística; é alguém que tinha sonhos, esperanças e entes queridos que agora sofrem com sua ausência”, exortam os membros.
Prosseguindo os membros dizem “que esses acontecimentos nos impulsionam a lutar por um mundo onde o sequestro seja apenas uma lembrança triste do passado. Que sua história nos inspire a trabalhar incansavelmente pela segurança e paz de todos os cidadãos, para que ninguém mais precise temer o horror de ser arrancado de seus entes queridos. Que Allah traga-lhe de volta ao convívio familiar com vida e saúde, Ámeen.”
Ainda na mesma página acima citada, os membros da Comunidade Islâmica questionam “como podemos ficar sentados e assistir tudo que vem acontecendo com os nossos irmãos em Moçambique? Onde está a nossa humanidade? Onde está o valor dos direitos humanos básicos? Onde está a justiça?
“Por mais educados que pensemos que somos, se não tivermos humanidade em nós, não teremos nada. Primeiro temos que voltar a Allah, pedirmos ajuda a Ele e em seguida fazermos também algo para sermos ouvidos. Já chega”, defendem.
Acrescentando, os membros avançam que “os Álimos, os Presidentes das Associações Muçulmanas, os empresários devem se reunir urgentemente e pressionar o governo, chamar a imprensa, organizar manifestações e sairmos em peso para manifestar etc.…”
“Que Allah nos faça unir para esta causa e que Allah acabe de uma vez por todas com os raptos no nosso país. Ámeen”, clamam os membros.
Em reacção, a Associação Muçulmana de Empresários e Empreendedores Moçambicanos (AMEEM) emitiu, ontem (26), uma nota de repúdio após o rapto do empresário Muhammad Mayet, ocorrido nesta manhã na Cidade de Maputo.
O sequestro, que ocorreu por volta das 08 horas na movimentada Ho Chi Minh, no Bairro Central, levanta sérias preocupações sobre a segurança na capital moçambicana.
AMEEM expressou profunda tristeza e preocupação com o incidente, destacando que o rapto aconteceu em uma área de grande fluxo de pedestres e viaturas, em plena hora de ponta.
A associação ressaltou a ausência surpreendente de agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) no local, assim como um corte de energia elétrica que facilitou a operação criminosa.
“Os criminosos executam as suas operações à luz do dia, munidos de armas de fogo, com os rostos expostos, sem medo de qualquer repercussão,” declarou a AMEEM, enfatizando o desinteresse das autoridades policiais e de segurança em resolver o problema dos sequestros, que aterroriza cidadãos moçambicanos desde 2011.
A AMEEM repudiou veementemente a prática desses crimes, afirmando que, além de causar sofrimento físico e psicológico às vítimas e seus familiares, os sequestros comprometem o desenvolvimento socioeconômico do país.
A associação exigiu medidas imediatas e eficientes para garantir a segurança e a liberdade dos cidadãos, criticando a inércia das autoridades competentes.
A nota de repúdio também cobrou a implementação de promessas passadas, como a criação de uma brigada Anti-Rapto e a reestruturação das forças policiais, acções que até agora não se concretizaram.
A AMEEM clama para que o governo tome medidas urgentes para combater esse tipo de crime e assegurar o bem-estar social e a convivência pacífica. (INTEGRITY)