O local em “disputa” foi referência até finais dos anos 90 para quem viveu na época e ainda está vivo, pode testemunhar as maravilhas que a antiga FEPOM trazia ao público, mas hoje assiste-se a requalificação com imponentes edifícios para albergar lojas e todas elas viradas para a Estrada Nacional (EN6), e no interior do recinto esta entregue a Take Aways e cervejarias, para além da onda de prostituição que acontece no espaço.
Na conferência de imprensa, o Coordenador-Geral da GESOM começou por ilustrar a imagem daquilo que a FEPOM era antes e hoje como Exposição-Feira de Chimoio.
“Estamos a viver num mundo em que os governantes estão a se comportar como rústicos”, disse Sérgio Silva. Prosseguindo, afirmou que ”não faz sentido que um local onde têm história da cidade, acabar com lojas e todas elas viradas para o único sentido, aliás, se verem bem a cidade de Chimoio está concentrada num único local, neste caso ao longo da Estrada Nacional (EN6), enquanto temos os bairros do interior carecendo de lojas, entre outros serviços de vital importância para a população”,
Acrescentando, Sérgio Silva disse “imaginem só querem destruir a rádio para acomodar uma loja de um privado que poderia ser construída no Tambarra 2, por exemplo, onde os moradores precisam de verdade”.
Silva criticou a ideia de construir uma praia no sopé do monte Bengo, vulgo Cabeça de Velho, lançada durante a campanha eleitoral de João Ferreira para o seu segundo mandato.
” Como é possível num local sagrado como aquele, as pessoas mostrarem sua nudez e subirem ao cume do monte de biquínis, enquanto as pessoas oram em busca de bênção? Questionou Sérgio silva explicando que na parte traseira do monte jazem os restos mortais de cidadãos moçambicanos vítimas do regime colonial português.
No entanto, reagindo à conferência de imprensa, o Presidente do Conselho Municipal de Chimoio, João ferreira chamou jornalistas na tarde desta terça-feira (07.11) para deixar ficar sua posição com relação a demolição das instalações da rádio GESOM, tendo afirmado que “vai se destruir sim uma parte não significativa do edifício onde funciona o Centro Multimédia Comunitário”, construído pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, que através do erário público investiu perto de três milhões de meticais para erguer a infraestrutura.
“Vamos destruir uma pequena parte do edifício e o equipamento lá existente já temos um local onde vamos acomodar, por isso é mentira que iremos destruir a rádio”, explicou Ferreira, para quem aqueles que publicaram notícias sobre a destruição da rádio Gesom devem se retratar.
De salientar que devido a esse vendaval todo o Centro Multimédia Comunitário de Chimoio encontra-se encerrado, lançando assim dezenas de jovens que lá aprendiam o curso de informática para a rua de amargura, uma vez que nos dias actuais o uso do computador é primordial e indispensável para quem procura emprego. (INTEGRITY)