Em 2022, pelo menos 266 mil pessoas foram infectadas pelo HIV, por dia, no país, segundo dados apresentados, esta quarta-feira, pelo Ministério da Saúde. Deste número, 230 mil Infecções ocorreram em adultos e 36 mil em crianças.
“A prevenção precisa de continuar a ser a nossa principal prioridade. Um dos desafios nas acções de prevenção, que necessita de respostas mais eficazes e sem tabus, está associado ao aumento da cobertura geográfica de intervenções para a identificação e oferta do pacote de prevenção das populações-chave, considerando as barreiras socioestruturais enfrentadas por este subgrupo populacional”, disse o vice-ministro da Saúde, destacando que o autoteste, introduzido recentemente, é uma das estratégias, pois “poderá impulsionar ainda mais o aumento do conhecimento do sero-estado, permitindo que alcancemos, até 2025, o primeiro 95 das metas da cascata 95-95-95”, disse Ilesh Jane, vice-ministro da Saúde.
As estimativas apresentadas pelo dirigente apontam que há, actualmente, 2,4 milhões de pessoas que vivem com HIV, das quais mais de 96% estão em tratamento antirretroviral, contra 74% em 2021.
“Assim, encorajamos as equipas das unidades sanitárias a continuarem com as intervenções rotineiras de discussão das causas que afectam a oferta dos serviços segundo os padrões nacionais estabelecidos, e daí implementarem, de forma consistente, intervenções para a melhoria da qualidade assistencial.”
Apesar dos avanços no tratamento do HIV, Ilesh Jane disse que o estigma e a discriminação continuam a barrar o acesso.
“O Governo de Moçambique defende que as pessoas vivendo com o HIV têm os mesmos direitos que quaisquer outras pessoas, sendo inaceitável que sejam discriminadas. A nossa conduta como profissionais da saúde deve espelhar o comprometimento com o lema de ‘zero discriminação’.”
O vice-ministro da Saúde falava na abertura da 9ª Reunião Nacional do Programa de Controlo de Infecções de Transmissão Sexual, que decorre na Cidade de Maputo.
O evento terá duração de três dias e decorre sob o lema “Juntos no Fortalecimento da Qualidade Assistencial para o Controlo da Epidemia do HIV e SIDA”. (Texto Jornal O País)