Marcelino Foloma explicou que as mudanças climáticas têm um impacto grande para a biodiversidade, acabando criando o conflito homem-fauna bravia, uma vez que devido às cheias trazem consigo a insegurança alimentar e disputa por espaços entre os homens e os animais bravios. Foloma afirmou que “se não há acções de prevenção de conflitos, as comunidades acabam tomando medidas de retaliação, o que acaba afectando a biodiversidade para ambas as partes.”
Foloma defendeu que o Projecto Kheta continua a trabalhar com as comunidades com vista a responder os desafios nas zonas de implementação do projecto, uma vez que a Zona Transfronteiriça do Grande Limpopo tem uma vegetação semi-árida que em algum momento acaba afectando imensamente a vida das comunidades e dos animais que banham as áreas de conservação existentes.
Em representação do Governo de Magude, Joaquim Monteiro, Director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) garantiu que no ano passado, apenas houve um caso de tentativa de caça furtiva que foi prontamente abortado. “Há um projecto que está a ser desenhado juntamente com a WWF, através do Projecto Kheta, com vista à rentabilidade das comunidades para que estas sejam desincentivadas a irem às fazendas ou parques de bravios para caçar”, avançou Monteiro.
De acordo com o Joaquim Monteiro, a grande preocupação das comunidades e das autoridades governamentais em Magude actualmente é o conflito homem-fauna bravia, onde nos últimos tempos registaram-se 11 casos, concretamente em Magude-sede, Mahel, Panjane e Mapulanguene. E já em Capitine Kumane, os caçadores profissionais tiveram que abater dois crocodilos problemáticos que causavam problemas nas comunidades.
De referir que estas foram à margem das celebrações do Dia Mundial da Vida Selvagem, que no âmbito da implementação do Projecto Kheta (melhores escolhas), o distrito de Magude, na Província de Maputo, acabou acolhendo as cerimónia, que teve vários momentos de celebração, onde a informação, a formação e consciencialização das crianças, jovens e adultos estiveram no centro de tudo, principalmente numa terra em que a “chacina de animais de grande porte e valor económico” era um hobbies profissionalizado e todos hoje dizem, ZERO CAÇA FURTIVA! (Omardine Omar, em Magude)
Marcelino Foloma, WWF-MOÇAMBIQUE
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