IMN- MOÇAMBIQUE, 06 de Julho de 2022 – O distrito de Nangade, onde foram destacadas várias forças, por exemplo a de combate e prevenção do terrorismo, com homens recentemente formados, incluindo as da missão militar dos Países de Desenvolvimento da África Austral- SADC, continua a ser exemplo de má gestão e fracasso na contenção dos ataques terroristas, na província de Cabo Delgado.
Um número significativo de terroristas atacou no dia 1 de Julho corrente e desmantelou toda organização de um quartel das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas na aldeia de Mandimba, situada no extremo norte da sede do distrito de Nangade.
Fontes revelaram que os “Alshababs” destruíram maior parte daquela infra-estrutura militar, tendo resultado na morte de um elemento das FADM, vários outros ficaram feridos e alguns ainda estão desaparecidos.
Com recurso a armas pesadas, os “Alshababs” apoderaram-se de diverso material bélico que estava na posse das FADM, incluindo munições, fardamentos, produtos alimentares e de seguida incendiaram todo quartel e puseram-se em fuga, conforme explicaram fontes ao Integrity Magazine News.
Não é a primeira vez que forças governamentais sofrem ataques de terroristas em seus quartéis, na história da insurgência dos “Alshababs” que em Outubro próximo completa cinco anos. Macomia e Mocímboa da praia são outros locais onde as forças governamentais sofreram ataques em seus aquartelamentos.
O mais caricato ainda é o facto, das mídias do grupo estado Islâmico, estarem a publicitar as suas incursões. Fotos divulgadas recentemente, mostram um “Alshabab” que participou no assalto ao quartel, e comentários das redes sociais, apontam o mesmo como sendo o Bonomar Machude, também, chamado por Ibn Omar, um dos destacados líderes terroristas, natural de Mocímboa da praia, ainda procurado pelas autoridades moçambicanas.
Os ataques terroristas em Cabo Delgado, começaram na madrugada de 5 de Outubro de 2017 e afectaram 11 dos 17 distritos de Cabo Delgado. De lá para cá, os ataques continuam, mesmo com a presença das forças da SADC e do Ruanda que se juntaram às tropas moçambicanas.
As organizações humanitárias e de monitoria do conflito estimam que mais de 4 mil pessoas perderam a vida, mais de 800 mil estão deslocadas, além de vários desaparecidos. (Mussa Yussuf, em Pemba para IMN )