Segundo Salim Valá, a classe empresarial deve, a par do Estado, assumir a dianteira, pois a Bolsa apresenta vantagens competitivas no que respeita ao custo do financiamento.
“Nós, como BVM, não estamos satisfeitos, porque temos actualmente apenas 12 empresas cotadas e uma capitalização bolsista em percentagem do PIB de 24,5%. Estamos a trabalhar para ter mais empresas cotadas, os empresários e investidores devem encarar a BVM como uma plataforma fiável, credível e viável para fazer negócios”.
Salim Valá foi chamado à mesa-redonda para abordar o Empoderamento e Capacitação das Empresas Moçambicanas, o qual, depois de traçar o quadro empresarial nacional, se referiu à necessidade urgente de capacitação das empresas nacionais.
A capacitação das empresas, no entender do PCA da BVM, vai contribuir, por um lado, para as tornar verdadeiramente competitivas, sustentáveis e, por outro, para a dinamização da economia do país, que, não obstante os choques externos e internos, tende a apresentar sinais de recuperação.
“A capacitação é vital para as empresas. O fortalecimento da própria instituição, do capital humano adequado e calibrado para os desafios do país e globais é um activo económico para o próprio sector empresarial. Listar-se em bolsa é uma forte vantagem competitiva para as empresas”, sublinhou.
Posicionamento similar foi vincado por Jaime Joaquim, membro da Comissão Executiva do Moza Banco, para quem a capacitação deve ser inclusiva e abrangente.
Jaime Joaquim afirmou que o Moza Banco tem ao dispor dos clientes (empresas) várias linhas de financiamento, que, no entanto, só podem ser acedidas por empresas que reúnem os requisitos para o efeito, dentre os quais pontificam, por exemplo, a boa saúde económica e financeira, contabilidade organizada, plano concreto de amortização, entre outros.
Já o Presidente da Associação de Comércio, Indústria e Serviços (ACIS), Luís Magaço, entende que os sinais de retoma da economia configuram, hoje, o renascer das empresas para o sector, espelhado sobretudo pelo número crescente de empresas que voltaram a filiar-se à agremiação.
“Algumas não estão activas devido à situação difícil que todos atravessámos nos últimos três anos. Contudo, a situação melhorou bastante e isto nota-se com o número crescente de empresas que voltam a filiar-se à ACIS e participar activamente em todos os processos”, disse Luís Magaço.
A ACIS está representada em todo país e conta, actualmente, com 600 empresas filiadas.
Para Alexis Meyer, representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Moçambique, todas as atenções devem estar viradas ao desenvolvimento do capital humano, destacando que o mesmo pode servir de importante catalisador para a dinamização da economia do país.