Francisco Fernando detido ontem em Nampula, dirigiu-se ao Gabinete Provincial de Combate à Corrupção (GPCC), no intuito de ser ouvido sobre as acusações que pesam sobre si, do suposto desvio cerca de 66 latas de tintas com prazos de validade vencidos e de alegadas cobranças de 25 mil meticais para reabertura de estabelecimentos sancionados pelos Inspectores da Instituição.
Fontes devidamente posicionadas ao nível da INAE e do GPCC, confidenciaram à “Integrity” de que tudo foi orquestrado minuciosamente com o objectivo de limpar as mazelas que atormentam a Instituição actualmente, onde o destaque vai pelos constantes escândalos em que têm si envolvidos como o flagrante do então Director Nacional de Operações Pesquisa e Inteligência Económica, Verónio Gaspar Duvane, encontrado com a “mão na botija” e recentemente, a famosa “guerra dos ovos”, que documentos em nossa posse revelam que a ordem veio directamente de Maputo.
De acordo com as fontes, a ideia passa por sacrificar uma “ovelha”, cujo objectivo é justificar um suposto mau desempenho que Instituição enfrenta actualmente. Entretanto, contra a narrativa que se trouxe à imprensa, de acordo com várias fontes, o facto é que Francisco Fernando, “nunca foi detido em flagrante delito ou constituído arguido.” Portanto, foram ouvidos funcionários da DPIC sem serem requisitados para o efeito, e tudo baseou-se em chamadas telefónicas, supostamente feitas sigilosamente.
Um outro dado avançado pelas fontes, é de que “as tintas foram tiradas dos escritórios para o armazém, com o objectivo de garantir a segurança e conservação.” Voltando para o aspecto central desta suposta “cabala institucional”, o facto é que parte dos membros da Direcção-Geral da INAE, não concordavam com a nomeação de Fernando Francisco e preferia a gestão estivesse ainda sob o controlo do então delegado, facto é que acabou-se criando uma delegação paralela em Nacala, depois de ter sido elaborado um documento orientador reduzindo os poderes de Fernando Francisco enquanto delegado provincial, conforme exemplifica a ordem de serviço nº 07/INAE/Gab-IG/900/2022, sobre a materialização de actos administrativos ao nível da Instituição.
De referir que desde o escândalo dos ovos e a recentemente detenção de Fernando Francisco, a INAE ainda não apareceu publicamente a abordar estes chocantes problemas institucionais. (Omardine Omar)