IMN – MOÇAMBIQUE, 04 de Julho de 2022 – À porta de entrada de Moçambique a Zimbábwè e de Zimbábwè a Moçambique, renasceu um complexo turístico, depois de algum abandono no investimento, após o período colonial. Hoje, com outra sutileza e beleza, localizada na zona alta da Cidade de Manica, no Distrito e na Província com o mesmo nome, na região centro de Moçambique, com capital na Cidade de Chimoio, a cerca de 1100 km a Norte de Maputo, capital de Moçambique, e a 200 km a Oeste da costeira da Cidade da Beira, onde está um dos maiores Portos de Moçambique e da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, sigla em Inglês), que abastece os países do interland, está o destino turístico de preferência zimbabweana em Moçambique.
A Cidade de Manica situa-se junto da fronteira de Machipanda, uma das mais movimentadas pelos países do interland, com um povo acolhedor e conservador, com hábitos e costumes tradicionais, Manica revela-nos o desconhecido lado histórico e cultural dos povos de Moçambique e Zimbábwè.
Estes povos sempre estiveram interligados pela cultura, língua e pelos hábitos. Por exemplo, a etnia moçambicana Ndau estendeu-se pelas terras do Zimbábwè, face às práticas e aos significados que as populações locais atribuem às fronteiras entre Moçambique e Zimbábwè, que é uma das mais extensas da África Subsaariana. Com cerca de 1.231 km de extensão, divide o Leste do Zimbábwè do Centro de Moçambique, com o seu carácter fronteiriço e sua capacidade de adaptação dos seus habitantes às mudanças, exponencialmente o potencial turístico, composto pelas paisagens poéticas e natureza encantadora.
Com a crise económica do Zimbábwè, que se iniciou no ano 2000, o cenário mudou e aumentou a procura de diversos produtos no lado moçambicano, tendo sido Manica o preferencial destino. Assim, a escalada do turismo para a Cidade de Manica também teve o seu auge, devido, preferencialmente, à piscina de Manica.
Ora, o resguardo da história do edifício público, com a exploração privada de Victor Bastos, que trouxe uma outra vida à piscina olímpica, contribuiu para a dinamização económica local, especificamente no desporto. Actualmente, ao nível da região Centro e Norte de Moçambique, a piscina de Manica é a segunda maior piscina olímpica em condições para a prática de Natação. Além do restaurante, que serve pratos típicos locais e nacionais, a piscina tem se destacado com o seu enorme legado e como um local que junta o útil ao agradável, através da gastronomia e do bem servir.
Ademais, o mais interessante neste complexo turístico é o seu mini Lodge, que se situa na parte traseira, construído sobre um encoste de pedra gigantesca, e uma árvore frondosa em redor, sobre a dinâmica de protecção ambiental e o luxo paisagístico. As dinâmicas fronteiriças, de troca de bens e serviços entre os povos de Moçambique e Zimbábwè e a componente turística, aqui referenciadas, contribuem para demonstrar o quão estes povos sempre estiveram ligados e buscam uma ligação constante nas suas vivências e práticas seculares.
Embora herdada do colono, a piscina de Manica devia ser considerada o exemplo de superação turística e união de povos, por se constituir um investimento encorajador no sector turístico que, como se diz na gíria popular, “anima” ver, viver e sentir os seus agrados.
Portanto, segredou-me Victor que várias figuras da região da África Austral por lá passaram, incluindo o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, os quais têm deixado rasgados elogios. Por isso, mais do que ouvir dizer, seria melhor conhecer este paraíso de pertença histórica de uma cidade rural.
AUTOR: NOBRE RASSUL