Escrito por: Miguel Osório
EU O AMO, MAS NÃO POSSO COMER AMOR! O QUE ELE PODE FAZER POR MIM? Osas*
“(…) Não me chame de tio, trata-me por Aires o Bwana (…) a idade é apenas um nº, o amor não pede idade! Chegou a tua vez, brilha”
Revisamos o trabalho contemporâneo sobre sexo transacional em direção a uma reflexão crítica na tentativa de compreender o que esses relacionamentos significam para as mulheres jovens e descobrir uma maneira de protege-las. O presente texto é o II da colectanea – fenómeno team widas – procura elucidar os leitores sobre os relacionamentos de “sugar daddies e marandzas”, os factores associados à sua prática e preocupações quanto à vulnerabilidade que tais relacionamentos, enquadrados em desigualdades de idade e recursos, podem implicar na capacidade de adolescentes e jovens mulheres negociarem sexo seguro. A infecção pelo HIV e a mortalidade por SIDA tem afectado principalmente o segmento jovem e mais produtivo da população nos últimos anos. A prevalência é desproporcional em raparigas adolescentes 15-19 anos, cuja prevalência é 4,3 vezes superior à dos seus pares, rapazes, (6,5% vs 1,5%) respectivamente, e na idade dos 15-24 anos, o cenário se repete (9,8 vs. 2,2) (CNCS, 2021; MISAU et al., 2019) O que levanta a seguinte questão:
Porquê em África as adolescentes e jovens correm maior risco de contrair o HIV em comparação com os adolescentes e jovens da mesma idade?
Sanyu A. Mojola, em sua obra clássica “Love, Money, and HIV: Becoming a Modern African Woman in the Age of AIDS”, usando o método etnográfico, no Quénia, argumenta que o emaranhado de amor, dinheiro e a transformação de meninas em “mulheres consumidoras” está no cerne da maioridade e das crises de saúde das mulheres. Isto é, a medida que as mulheres jovens aspiram adoptar uma identidade moderna, elas desenvolvem um novo conjunto de “necessidades” de produtos de consumo que as marcam simbolicamente como modernas, incluindo roupas contemporâneas, cosméticos e produtos de higiene pessoal. Mark Manson, na sua obra, “A arte subtil de saber dizer que se f*da”, defende que o problema actual se prende na sociedade globalizada e midiatizada, virada para o consumo e posts nas redes sociais, gerando expectativas, para o feed de notícias e o feedback dado pelos seguidores e próximos.
Essas necessidades não são fornecidas às jovens por suas famílias; mesmo quando seus pais podem pagá-las, elas vão além das concepções mais tradicionais. Estas não podem ser alcançados pelas próprias mulheres, pois são excluídas do mercado de trabalho; E não podem ser adquiridas por meio de relacionamentos com homens de sua idade, pois a maioria desses homens ainda está na escola ou está desempregado e, portanto, não tem dinheiro para oferecer. Nisso, as mulheres na tentativa e ambição de ter um estilo de vida extravagante, voltam-se para homens mais velhos com dinheiro e envolvem-se em “fornecer parcerias” que oferecem acesso aos recursos necessários para se adequar às expectativas da feminilidade moderna. Ao mesmo tempo, essas parcerias colocam as mulheres em maior risco de contrair HIV, devido, principalmente, à maior prevalência de HIV desses homens mais velhos em comparação aos homens mais jovens (Mojola, 2014;Masvawure, 2010). De acordo com Mojola, (2014) as mulheres precisam de acesso a pacotes específicos de bens de consumo para serem percebidas como bonitas e sofisticadas.
A combinação de necessidade, oportunidades, pressões sociais e dos pares sobre o materialismo e consumismo, juntamente, com a conexão à internet evidenciam que os relacionamentos intergeracionais alcançaram novos níveis de aceitação e possibilidade (Brouard & Crewe, 2012; Shefer et al., 2011). De acordo com Kuate-Defo, (2004) a internet teve um impacto tão profundo na forma como os contactos, amizades e relacionamentos sexuais são iniciados em sociedades como Moçambique. Os resultados de um estudo transversal, em Burayu – Etiópia, evidenciam que “as mulheres jovens que usam medias* sociais muitas vezes ao dia estavam com cerca de onze vezes mais propensas a prática de comportamentos de risco do que as que usam medias sociais ocasionalmente”. Como também, identificou que as mulheres que compartilharam textos, imagens e/ou vídeos, sexualmente, explícitos com seus parceiros sexuais nos medias sociais (sexting) eram cerca de 3,5 vezes mais propensas a experimentar comportamentos sexuais de risco do que aqueles que nunca fizeram sexo.
Quem são os sugar daddy? Os fundamentos do relacionamento entre o “sugar e a marandza”
Em todos os países, sociedades e culturas da história humana, a prática de sugar daddy/ mommy, são tão antigos quanto a existência da humanidade, e têm sido de natureza heterossexual ou homossexual. Eles podem ser gratuitos, transacionais, exploradores, coercitivos ou ilegais. As evidências sugerem que os jovens em muitos países são explorados ou tentam tirar proveito de tais relacionamentos para atender às suas necessidades básicas, melhorar sua condição de vida e perspectivas entre os pares e/ou obter dinheiro, roupas, mensalidades escolares, presentes e vários favores em retorno para relações sexuais de alguma duração (Kuate-Defo, 2004).
Na literatura, um “sugar daddy*/ sugar mommy” é o nome dado a homens/mulheres mais velhos(as) que têm relações sexuais com meninas(os) em troca de dinheiro e/ou bens materiais, bebidas, presentes, roupas e tratamento favorável, incluindo favores em muitos aspectos da vida, como educação, emprego e pagamento de propinas, apoio financeiro para custos de vida e outros tipos de apoio, de forma periódica para o companheirismo contínuo. Estes relacionamentos estão associados a assimetrias de idade e económicas, que se acredita limitar o poder das mulheres jovens de negociar um comportamento sexual mais seguro (Brouard & Crewe, 2012; Kuate-Defo, 2004; Luke, 2005). É também sinónimo do sexo transacional, os zimbabwianos designam de Big Dhara ou NABA, ao se referir a homens idosos com certo status socioeconómico e atributos físicos e parecem literalmente carregar sua riqueza em suas pessoas (T. Masvawure, 2010). Na vizinha África do Sul, este fenómeno é designado por “blesser and blessee”. Relacionamento entre homens ricos mais velhos (“abençoadores”) com mulheres adolescentes e jovens (“abençoadas”), atraem as suas prezas com dinheiro e presentes caros em troca de favores sexuais. Na maioria dos casos, esses homens mais velhos são casados que secretamente se envolvem em casos extraconjugais com essas jovens. Por sua vez, as jovens que praticam sexo transacional argumentam que veem seus parceiros sexuais como namorados e não como clientes, como é o caso das profissionais do sexo (Mampane, 2018). Também designado de “Taxi-queen”, relações de troca sexual entre mulheres jovens em idade escolar e motoristas de táxi e transportes públicos (chapa, TPM), por benefícios materiais, bem como álcool e drogas e obtém status considerável entre os seus pares. E para os taxistas, os benefícios vão além do sexo, como a construção social da masculinidade hegemónica ilustrando sua atratividade para as mulheres, dirigindo com a sua “táxi queen” ao seu lado (Potgieter et al., 2012; Shefer et al., 2011; Strebel et al., 2013). Em certos casos os taxistas vendem a sua namorada ao comerciante, para cumprir as metas do dia (Shefer et al., 2011). As jovens mulheres envolvidas nessas praticas, são estigmatizadas, vistas como promíscuas, pois passam de um sugar para outro, dormindo com vários ao mesmo tempo, enquanto os homens são considerados ‘player’, e admirado por terem várias parceiras (Potgieter et al., 2012; Shefer et al., 2012).
Ao contrário dos relacionamentos românticos convencionais, onde um compromisso de longo prazo e a monogamia são muitas vezes as aspirações e expectativas dos parceiros, os arranjos tendem a ser “sem amarras”, em que ambos os parceiros podem ter relacionamentos emocionais e/ou sexuais com outros parceiros (Kirkeby et al., 2021). A troca material que acompanha os encontros sexuais, pode ser interpretada como um gesto amoroso, mas também pode expressar um relacionamento sem amor e calculista, o que significa que a maioria das meninas procura sexo com homens mais velhos apenas para ganho monetário (T. Masvawure, 2010). Embora o sexo transacional, às vezes, implique recompensas financeiras e materiais substanciais, os indivíduos envolvidos na prática não se consideram necessariamente envolvidos em trabalho sexual (T. B. Masvawure et al., 2015). Eles também enfatizam a importância da “química” e da conexão em seus relacionamentos. Alguns “sugar babys” querem que seus arranjos de namoro açucarados resultem em casamento e ou se transformem em relacionamentos românticos regulares (Nayar, 2017; Gunnarsson & Strid, 2021). Outros relatos de jovens envolvidos na prática contradizem ao argumentar que “- Não é uma forma de namoro … é uma forma de cobrir a prostituição, você vende e compra sexo”, ou por outra “- Isso é prostituição. Estamos em auto-engano. Nenhum de nós quer se chamar prostituta ou john. Então mudamos as palavras e lançamos em um pacote mais bonito”. São arranjos “pay-for-play” para disfarçar a verdadeira natureza da troca (Gunnarsson & Strid, 2021).
Uma das características das relações entre os jovens e os sugar daddys/ mommy é de que os jovens não convivem com o parceiro sexual. Em alguns casos, seus sugar daddy ou mommy pagam o aluguel e até garantem que sua residência seja um ambiente seguro, confortável e respeitável, onde possam sentir uma sensação de privacidade sempre que estiverem com eles. Esses homens e mulheres mais velhos, muitas vezes ocupam cargos de liderança na sociedade ou são empresários e mulheres ou esposas de empresários (especialmente em uniões polígamas), como tal, eles temem por sua reputação e, como resultado, mantêm em segredo suas relações com os jovens. E há um reconhecimento implícito e/ou conhecimento correcto de que o amante mais velho é casado ou pode ter um ou vários outros parceiros sexuais. Estudos na Tanzânia confirmaram que metade dos parceiros de sugar daddy das meninas já eram casados ou disseram que eram (Kuate-Defo, 2004).
Razões e Factores Associados ao Sexo Transacional/ transgeracional
O consumismo moderno, “flasheness”, uso excessivo das redes sociais, sede de iPhone, birras e carnes enquanto elemento para a transmissão do HIV.
A crise económica, sanitária e mudanças climáticas, tornou muitas meninas vulneráveis, especialmente, aquelas que vivem com seus avós, cuidadores desempregados, com renda abaixo do salário mínimo. Essas meninas são muitas vezes o principal alvo de pessoas mais velhas e abastadas pois oferecem boleia, presentes, dinheiro em troca de sexo, na sua maioria widas.
Os jovens independentes, ou que vivem na rua e aqueles que vivem em lares monoparentais, são mais propensos a essas práticas. Os jovens que vivem sozinhos ou na rua tendem a se esforçar para garantir que suas necessidades básicas sejam satisfeitas, e isso, pode significar recorrer a relações sexuais com indivíduos mais velhos como estratégia de sobrevivência. Além disso, os jovens que vivem em famílias chefiadas por uma mãe solteira, podem estar sem supervisão e com tempo estruturado, em especial após o horário escolar, estão sozinhos, consequentemente, expõe-nos a comportamentos sexuais inseguros nesses ambientes (Kuate-Defo, 2004). Os factores emocionais contribuem também para essa pratica, na medida em que as meninas que vivenciaram problemas familiares, negligência ou estresse recebem a afirmação, o reconhecimento e o carinho dos “sugar” que muitas vezes não tinham em casa (Shefer et al., 2011)
Os relatos de estudos apontam para uma complexidade de questões em jogo, para o envolvimento em tais relacionamentos, a pobreza sendo identificada como uma forte motivação. Porém Fox (2010) e Gillespiee et.al (2007) apud Brouard & Crewe, (2012) notaram que a pobreza per se não conduz a comportamentos sexuais de risco, mas a relativa desigualdade – o sexo transacional ocorrerá com maior frequência em contextos onde perpetua o desejo por coisas, que são materiais e simbólicas, exacerbado por normas de género e privilégio patriarcal, culturalmente, instalado.
De acordo com os resultados de um estudo, revelou que a idade, baixa condição económica percebida, ser órfão e abuso de substâncias apresentaram associação positiva significativa com a prática de sexo transgeracional com “sugar daddys”. Mulheres na faixa etária de 20-24 anos tiveram cerca de sete vezes [OR: 6,87; IC 95%: 3,48-13,58] maiores chances de estar envolvido em sexo transgeracional com “sugar daddys” do que aquelas em 15-19. Da mesma forma, as mulheres que perderam ambos os pais tiveram cerca de três vezes [OR: 2,99; IC 95%: 1,14-7,84] maiores chances de praticar relação sexual com homens mais velhos. E mulheres de família de renda média percebida apresentaram duas vezes [OR: 2,54; IC 95%: 7,80-82,76] maiores chances de se envolver em TS do que aqueles de uma família rica. E aquelas que usaram substâncias foram cerca de sete vezes [OR: 6,9; IC 95%: 3,7-12,78] mais propensas a se envolver na prática. Contudo, o conhecimento abrangente sobre HIV/AIDS não mostrou associação significativa com envolvimento em sexo transacional (Dana et al., 2019).
Os indivíduos envolvem-se em tais relacionamentos por uma variedade de motivos, dependentes da idade e contexto, variando de amor, sobrevivência económica, afecto, casamento, etc. Em um estudo sobre as práticas de sugar mommy* na vizinha África do Sul, descobriu que, por um lado, razões percebidas pelas quais as mulheres mais velhas têm relações sexuais com homens mais jovens incluem: realização sexual*, dominação, redução do estresse*, atração física, procriação, falta de autocontrole, sentimento de juventude (gostam da aventura e espontaneidade), a distância entre os parceiros devido ao trabalho migratório, dificuldade em encontrar parceiros de idade compatível e homens jovens sendo vistos como pouco exigentes. E por outro lado, os homens mais novos retratam: ganho material, convites a um ambiente propício ao sexo, redução de estresse causado pelas meninas de sua faixa etária, ser seduzido, rejeição por mulheres de idade compatível, influência dos pares acreditando que “pássaros da mesma cor voam juntos; então, quando seus amigos fazem algo, você tende a fazer a mesma coisa” e a crença de que as mulheres mais velhas são mais puras e sem doenças, maduras, melhores amantes, têm capacidade de lidar com os desafios da vida e são mais experientes no sexo e na vida em geral e que podem ensina-los (Kuate-Defo, 2004; Maundeni, 2004; Phaswana-Mafuya et al., 2014).
Uma revisão de estudos em países da África Austral e Oriental, constatou que, mulheres jovens, se envolvem em relações sexuais com parceiros mais velhos para sobrevivência económica; fundos para cobrir despesas relacionadas à educação; status e conexões aprimorados nas redes sociais; melhores oportunidades e opções de vida; segurança; amor e, provavelmente, a opção do casamento ou apoio em caso de gravidez indesejada (Kuate-Defo, 2004; Oyediran et al., 2011), bons na cama e, muitas vezes, para manter a alta posição de classe social (T. Masvawure, 2010). Eles observam que os pais muitas vezes encorajavam as meninas a formar relacionamentos com parceiros mais velhos e estabelecidos porque poderiam levar ao casamento e, ademais, advertem as meninas a “não terem filhos de um menino pobre” (Oyediran et al., 2011).
As relações com os sugar daddys têm outros atrativos para os jovens, dependendo do contexto. No contexto do campus universitário, a vontade de ser “chamativa” ou “flasheness”, através de consumo conspícuo de bens de luxo, consumo constante de alimentos de prestígio, comer fora do refeitório*, permite que as alunas sejam notadas no campus e se considerassem ‘mais sofisticadas’, ‘mais bem-sucedidas’ e até ‘mais atraentes sexualmente’ do que seus pares (T. Masvawure, 2010).
A influência dos pares, ambiente frequentado e a cobiça nos detalhes que o amigo transborda cria a vontade de ter um objectivo semelhante. E pela família não poder cumprir todas as coisas que eles desejam. “A família acha que a gente só precisa de papelaria para aprender, e o dinheiro que ganhamos vai só para isso, nem mesmo para transporte. Mas precisamos aproveitar a vida como fazem outros estudantes ricos. Você sabe, nós queremos nos divertir como um adolescente. Então, não nos importamos com a idade dele, o que mais importa é a carteira dele” (Dana et al., 2019).
De acordo com White (1990) apud T. Masvawure, (2010) práticas aparentes com a prostituição muitas vezes implicam muito mais do que uma simples troca de dinheiro e sexo. As prostitutas em Nairóbi, oferecem “o conforto do lar”, isto é, espaço para dormir, cozinhar, limpar, água para banho, companhia, refeições quentes, refeições frias e chá. Em outro contexto, o sexo transacional para as mulheres comerciantes de peixe, actua, portanto, como uma rede de segurança social muito necessária. As mulheres comerciantes de pescado em questão, estabelecem casamentos temporários com pescadores como forma de assegurar um abastecimento ininterrupto de pescado, sobretudo durante os períodos em que o pescado é escasso e a concorrência entre os comerciantes é extremamente elevada (Muzvidziwa 2002 apud T. Masvawure, 2010).
Preferência do tipo de parceiro nos relacionamentos transacionais
Uma outra visão dos relacionamentos intergeracionais, evidencia que, o relacionamento com um parceiro mais velho não é a escolha preferida dos jovens. As meninas não se envolvem em tais relações sexuais por causa do prazer sexual, é menos importante que a renda a ganhar. Razão pela qual, elaboram estratégias engenhosas destinadas a escapar do sexo, a clássica e infalível fingir estar menstruada toda vez que saí para um encontro noturno com um sugar (T. Masvawure, 2010) Enquanto mantém redes sexuais simultâneas e subsequentes com de seus colegas escola e outros jovens parceiros, com quem gostam de praticar o sexo, aumentando assim a exposição ao risco de HIV para mulheres na faixa etária mais jovem (Rasch et al., 2000; Dana et al., 2019).
As evidências apontam que as meninas que diziam amar seu parceiro não continuariam o relacionamento sem benefícios materiais (Kuate-Defo, 2004). Homens que são incapazes de fornecer benefícios materiais são recebidos com desprezo. E, nas adolescentes e jovens, está evidente que nenhum homem lhes daria dinheiro ou outros benefícios materiais a menos que recebessem algo em troca (sexo)*. Como demostrado por Wamoyi et al., (2011) “os corpos das mulheres são vistos como lojas”, isto é, são considerados mercadorias que devem ser pagas e somente mulheres sem respeito próprio dariam tais serviços gratuitamente (Silberschmidt, 2001) pois, serve como um meio de ter acesso a “pequenos luxos”, enquanto os homens ganham acesso e controle sexual sobre as mulheres jovens (Hunter, 2010; Leclerc-Madlala, 2003).
No sexo transacional com gays, a compra de álcool* para outros homens é uma estratégia bem conhecida e comummente usada para comunicar atração e iniciar encontros sexuais casuais. para atrair as suas prezas. Os recursos materiais fluem mais do parceiro com “identificação feminina” para o parceiro masculino. Os homens abertamente gays demonstram medo da solidão e, portanto, usam dinheiro e bens materiais como uma forma de “seguro” contra serem abandonados pelos parceiros (T. B. Masvawure et al., 2015).
Vários estudos mostram como as mulheres jovens estão cientes de que ser atraente “compra” homens desejáveis, então usam do seu “capital erótico10”, para investirem em relacionamentos transacionais com homens mais velhos e com mais recursos, tanto para status quanto para acesso a bens materiais e para ascensão social, e podem ser participantes activos nessas parcerias. Por sua vez, os homens têm preferência pelas “arm candy”, “trophy wife”, jovens mulheres atraentes, decorativas e encantadoras pois é um símbolo de status social em si mesma, com quem os homens gostam de ser vistos (Hakim, 2010; Longfield, 2004).
Os homens se referem ao sexo transacional como a maneira mais fácil de fazer uma mulher satisfazer seus desejos sexuais e, ao mesmo tempo, provar sua masculinidade. Mulheres jovens, se vê, como sortudas por terem sido criadas mulheres e porque podem explorar a sua sexualidade por prazer e ganho material. Elas acham que os homens são estúpidos por pagar por “bens” o uso da vagina sendo que não podem levar (Wamoyi et al., 2011). No passado, os homens não precisavam negociar o consentimento com uma menina antes do sexo. Sempre que queriam fazer sexo com determinada menina, usavam a força e não davam nada em troca e as jovens não esperavam receber nada. Porém, hoje em dia, as mulheres jovens podem receber dinheiro ou presentes, mas ainda assim se recusavam a praticar o sexo e, além disso, têm o poder de escolher parceiros (Wamoyi et al., 2011).
Consequências do Relacionamento dos Jovens com Sugar Daddys e Mommies
Embora homens e mulheres gostem de sexo, os potenciais custos sociais e físicos associados ao sexo desprotegido são maiores para as mulheres do que para os homens. Consequentemente, os homens são menos propensos a insistir no uso do preservativo e a empregar táticas de resistência ao uso do preservativo do que as mulheres (Kirkeby et al., 2021). Estudos mostraram que as mulheres estão cerca de três vezes mais expostas do que os homens a serem infectadas através da relação sexual. No caso das adolescentes, são especialmente vulneráveis porque não estão totalmente desenvolvidas, a parede vaginal é mais fina e podem ocorrer microrasgos, é propensa a feridas e abrasão e a carga viral no sêmen é maior do que no fluido vaginal. Enquanto os homens mais velhos são normalmente mais experientes sexualmente do que os homens mais jovens; assim, a probabilidade de infecção pelo HIV entre os homens aumenta com a idade. Como resultado, quando as adolescentes fazem sexo com homens mais velhos, as meninas enfrentam um risco ainda maior de infecção pelo HIV (Clark 2004; Kirkeby et al., 2021). Um estudo descobriu que uma das consequências das relações sexuais entre as meninas e o sugar daddy foi o aborto voluntário em caso de gravidez a pedido e às custas de seu parceiro, chegando a oferecer assistência para o problema (Glynn et al., 2001).
De acordo com Luke (2005) o uso de preservativo na última relação sexual é menos comum em relacionamentos que envolvem assimetrias de idade e económicas isoladas ou combinadas – do que em outras parcerias. Revelando uma diminuição significativa de 1% nas chances de uso de preservativo para cada mês adicional de duração do relacionamento. Isto é, à medida que os parceiros se conhecem por mais tempo, a confiança aumenta e o uso do preservativo diminui. Por outra, as parcerias com profissionais do sexo comerciais eram, significativamente, mais propensas do que outras relações a envolverem o uso de preservativo na última relação sexual (Luke, 2005).
É difícil para os adolescentes e jovens praticarem o sexo seguro com os sugar, porque os sugar muitas das vezes estão no controlo do relacionamento, possuem mais recursos e são mais velhos, e há o medo de o perder (Maundeni, 2004). E a maioria dos “sugar daddys” gosta de sexo widas, alegando que o preservativo os faz cansar rápido, que não lhes dá conforto e acusam de não confiar neles. Como alternativa dão aos adolescentes e jovens álcool e substancias para evitar o medo e esquecer a diferença de idades, ficando mais relaxados (Dana et al., 2019). Os relatos indicam que essas práticas encorajam a mudança de parceiro, uma vez que o valor dado na transação tende a variar em diferentes estágios de um relacionamento, sendo mais alto no início. Isso significa que as mulheres ganham mais com novos relacionamentos e, portanto, são motivadas a buscar novos parceiros, de preferência parceiros mais velhos por serem mais poderosos (Wamoyi et al., 2011).
A prevenção e as respostas políticas às relações sexuais dos adolescentes e jovens com os sugar daddies precisam ser baseadas na compreensão do problema, suas causas e as circunstâncias em que ocorrem. Como afirma Leclerc-Madlala (2003) é necessário encontrar maneiras de se envolver com as comunidades e tentar encorajar os homens a se verem como “promotores e apoiadores das mulheres”, encorajando os homens a ver esses relacionamentos como normas problemáticas, desafiadoras em torno da masculinidade e encontrar defensores masculinos de relacionamentos mais igualitários. As escolas, universidades e as famílias também precisam colaborar e discutir os problemas entre os alunos para controlar o risco associado ao sexo transacional e aumentar o senso de autoestima das meninas (Dana et al., 2019).
Figure 1. A sugar daddy campaign poster in Kenya raising awareness of the danger of HIV for young women who engage in intergenerational sex.
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