IMN – MOÇAMBIQUE, 30 de Junho de 2022 – Um novo ataque, que se supõe ser da autoria dos terroristas que atacam aldeias e vilas matando pessoas e destruindo bens em Cabo Delgado, obrigou a introdução esta Quarta-feira (29) de uma nova escolta militar (de homens fortemente equipados) ao longo da EN 380 (Silva-Macua/Awasse). O ataque do tipo emboscada, segundo fontes contactadas pelo IMN (Integrity Magazine News), aconteceu por volta das 15 horas, na aldeia Quissanga 2, distrito de Quissanga, em Cabo Delgado.
Na ocasião, uma viatura do tipo mini-base, que se dedica ao transporte público de passageiros, foi atacada, três pessoas, das quais uma mulher, ficaram feridas, mas uma das vítimas perdeu a vida, os outros feridos foram tratados no Hospital de Metoro e Chiúre. O pessoal do pronto-socorro posicionados no Posto de Controlo de Silva-Macua deu instruções para que tivessem uma outra intervenção médica nos distritos acima citados.
Ainda em Cabo Delgado, uma outra viatura do tipo Toyota-Canter, conformem asseguraram fontes locais no cruzamento Silva-Macua e pertencente à um empresário natural da aldeia Miangalewa, no distrito de Muidumbe, foi atacada na mesma zona, quando regressava de Mueda-sede onde tinha ido deixar famílias deslocadas, que decidiram sair de um Centro de Acolhimento no distrito de Chiúre.
No ataque, o motorista, o proprietário da viatura, foram alvejados nas pernas e a viatura danificada. Entretanto, questionados pela nossa reportagem sobre os contornos do ataque, à polícia e às pessoas que estavam na viatura, disseram não terem visto os atacantes, mas não lhe restam dúvidas de serem terroristas.
Devido a situação, foi reactivada a escolta na EN 380, que passou a ser, a segunda que acontece em menos de um mês, depois de um ataque terrorista, sendo que a primeira vigorou recentemente no troço Muepane (Cruzamento de Metuge) à Sunate (Silva-Macua). No entanto, há quase três meses, que as escoltas militares acontecem no troço Macomia-Oasse e quase 6 meses no troço Mocímboa da Praia à Palma.
Os ataques terroristas em Cabo Delgado, começaram na madrugada de 5 de Outubro de 2017 e afectaram 11 dos 17 distritos de Cabo Delgado. De lá para cá, os ataques continuam, mesmo com a presença das forças da SADC e do Ruanda que se juntaram às tropas moçambicanas. As organizações humanitárias e de monitoria do conflito estimam que mais de 4 mil pessoas perderam a vida, mais de 800 mil estão deslocadas, além de vários desaparecidos. (Mussa Yussuf, em Cabo Delgado para a IMN)