O estranho é que toda a trama que se seguiu teve como protagonistas militares próximos do presidente e candidato Embaló — e quem diga mesmo que todos os implicados são seus familiares. Ninguém consegue engolir a maneira como foi montada a peça teatral.
Hoje a Guiné-Bissau voltou aos tempos sombrios em que num ano ocorriam três a quatro golpes de Estado, num cenário bastante lastimável que corroeu a economia do País e deixou o povo entregue aos grandes narcotraficantes que controlam tudo e todos naquele País falante de língua portuguesa, a mesma que usamos para nos comunicarmos em Moçambique.
Umaro Sissoco Embaló culpa Portugal pelo golpe porque alegadamente o regime de Lisboa não gosta de líderes guineenses que professam a religião islâmica — uma narrativa falhada para quem assistiu os últimos cinco anos da governação de Embalo, um Presidente que chegou a golpear o poder legislativo e vivia diariamente com o fantasma do golpe de Estado, até que após um processo eleitoral observado por várias organizações regionais, continentais e globais forjou um golpe como forma de não admitir os resultados que dão vantagem ao candidato presidencial Fernando Dias.
Embalo demonstrou ser um mau muçulmano e que nunca amou a pátria que um dia serviu como militar e teve a oportunidade de dirigir como Presidente. Em África e no mundo, todos estão incrédulos com o que se vive na Guiné-Bissau, um País que precisa de se reerguer, mas que os militares fazem e desfazem em nome da segurança nacional e estabilidade do povo que simplesmente é usado para justificar a sanha de políticos desonestos como Umaro Sissoco Embaló, um homem obcecado pelo poder e faminto por mais anos de liderança.
A Guiné-Bissau transformou-se num palco de estudos avançados sobre teatralidade política. Onde um homem que não quer assumir a derrota, encontrou um bode-expiatório para não aceitar os resultados e manter a sua inventona de ter sido golpeado. Salvem à honra dos guineenses! (Omardine Omar)






