Olhando para a prestação da equipa nesta temporada, sinceramente, seria doloroso que eles não conseguissem a qualificação, em virtude da assinalável performance futebolística que tiveram. Praticamente, passearam a sua classe no Campeonato da cidade (Divisão de Honra) e venceram à-vontade. Na Taça de Moçambique, caíram nos quarto-de-final, numa eliminatória com a ABB, envolta em polémica no jogo da primeira mão. A sensação que ficou foi a de que o Maxaquene foi prejudicado pela equipa da arbitragem.
Os árbitros, sempre os mesmos! Depois houve a Poule de Apuramento e ali reencontrou-se com o seu carrasco de sempre: Incomáti de Xinavane! Mais uma vez, o Maxaquene deu-se mal com aqueles “açucareiros” (derrota e empate), mas conseguiu terminar em primeiro lugar, porque o seu rival foi consentindo pontos e eles mantiveram a regularidade. Na FINALÍSSIMA foi o que se viu!
Um pormenor chamou a atenção: a junção de forças por parte dos adeptos e simpatizantes do Maxaquene, puxando fervorosamente a equipa. Foi um regalo ver o campo do Costa do Sol cheio como já não se via há anos! Bancadas bem compostas e o cenário de festa já preparado. Pelos vistos, valeu o esforço que se fez em todas as frentes, incluindo as contribuições monetárias, e hoje temos o Maxaquene de volta ao MOÇAMBOLA. O seu verdadeiro lugar no nosso panorama futebolístico! Fizeram por merecer, mas…
Uma boa parte das responsabilidades que culminou com a penosa despromoção do nosso gigante, em 2019, foi a má gestão. Tal como no seu vizinho, Desportivo de Maputo (outro gigante e histórico), Têxtil de Pungue (idem), Textáfrica (ibidem) e outros que vivem de rastos ou mesmo faliram. Mas no caso do Maxaquene, o que mais se tem verificado é a clivagem entre os próprios associados e alguma sabotagem interna. Só se deram conta do caos quando já estavam no “alto mar”, chafurdando nos “quarteirões” onde a equipa jogou durante seis (6) anos. Que este regresso seja para ficar e competir, como é o apanágio dos clubes grandes. Para quem acompanha a dinâmica da vida do País, sabe que as duas empresas ligadas ao Maxaquene, LAM e Aeroportos de Moçambique, já não têm o mesmo arcabouço para suportar o Clube. Então, cabe à direcção do Maxaquene começar, desde já, a desenhar e IMPLEMENTAR alternativas, nomeadamente, a busca de novos parceiros para alavancar a moribunda tesouraria do Clube.
Uma das alternativas é a própria massa associativa… Se os sócios pagassem regularmente as suas quotas e seguissem a equipa para os recintos dos jogos (sobretudo, nos jogos em casa), como bem fizeram ao longo da presente temporada, certamente que seria uma mais-valia… para a bilheteria. Um exemplo recente da força do associativismo foi possível ver nas eleições para o novo presidente do SL Benfica. Todo o sócio esteve lá e votou; votou porque paga as quotas para a manutenção do seu Clube. E a participação foi massiva, diga-se, tal como foi massiva a presença dos adeptos do Maxaquene no derradeiro jogo da FINALÍSSIMA. O futebol vende e pode atrair bons investidores, bastando que haja organização, boa gestão e o know how!
Todo este arrazoado tem o fito de despertar não só os dirigentes maxaquenses, mas todos os demais que se envolvem com a gestão desportiva. Tudo para evitar o tipo de vergonha que presenciamos na presente edição do MOÇAMBOLA, envolvendo o Desportivo da Matola, o Textáfrica, enfim…
Por hoje, não me alongarei, mas voltarei!
Por: Tércio Nhassengo [email protected]






