O incidente resultou em três mortos, um garimpeiro e dois agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), segundo informações divulgadas pelo portal Moz24h.
De acordo com a mesma fonte, o episódio iniciou-se por volta das 11h, na Aldeia Ntseue, quando um jovem garimpeiro local foi alegadamente baleado mortalmente por agentes das Forças Armadas e da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) que garantem a segurança das instalações da mineradora.
Em reacção, moradores da aldeia transportaram o corpo do garimpeiro até aos escritórios da MRM, em protesto contra o que classificam como abusos e violência recorrente por parte das forças de segurança. Ao chegarem à cancela da entrada principal da mina, o grupo terá sido impedido de avançar por dois polícias destacados no local, o que desencadeou um confronto fatal. Os dois agentes acabaram mortos e as suas armas foram posteriormente entregues ao chefe da aldeia de Ntseue.
Fontes locais citadas pelo Moz24h afirmam que a polícia recuperou as armas e os corpos das vítimas, que foram transportados na ambulância da empresa até à morgue do Hospital Distrital de Montepuez.
Em contacto com o mesmo portal, o chefe da aldeia de Muaja, Tomé Patrício, confirmou o sucedido e denunciou o agravamento da violência na região:
“No mato estão a matar muita gente. A polícia anda a perseguir estrangeiros e, no meio disso, matou um jovem da aldeia, Juma Herculano, de 25 anos. A população ficou revoltada. A empresa levou os corpos e ainda aguardamos a devolução do corpo do nosso jovem para o enterro”, declarou Patrício.
Até ao momento, não houve nenhum pronunciamento oficial por parte das autoridades policiais nem da mineradora sobre o incidente. O caso eleva as preocupações em torno das relações tensas entre as comunidades locais e as forças de segurança associadas à exploração mineira em Montepuez, onde já foram reportados vários episódios semelhantes nos últimos anos. (Nando Mabica)

