O Chefe de Estado reconheceu, perante os líderes religiosos, que a sociedade moçambicana enfrenta um declínio dos valores fundamentais. “Não há paz sem ética, sem moral, sem-justiça”, afirmou o Presidente Chapo, sublinhando que não basta apenas falar sobre o problema. “É preciso partirmos para a acção, é a acção que vai mudar a situação”, sublinhou.
Na mesma ocasião o Presidente manifestou preocupação com a proliferação de igrejas em Moçambique, que ocorre paradoxalmente com o aumento dos níveis de criminalidade, consumo de drogas e álcool.
“Nós sentimos estatisticamente que todos os dias nascem igrejas, mas o nível de criminalidade, o nível de consumo de drogas, o nível de consumo de álcool, o nível do mal está aumentando”, notou Chapo. Questionou, em seguida, o papel que o Governo e as comissões religiosas desempenham no combate a este “mal”.
Na sequência de uma proposta apresentada na conferência, o Presidente da República anunciou a criação de comissões de controlo de doutrina para avaliar as novas igrejas. A medida visa garantir a seriedade das confissões religiosas e o perfil dos seus líderes.
O Chefe de Estado alertou especialmente para as chamadas igrejas emergentes, que em alguns casos, no âmbito do evangelho da prosperidade, acabam por “semear a contenda na sociedade, em vez de semear a paz”, levando pastores e líderes religiosos a serem julgados em tribunais.
Daniel Chapo enfatizou que o combate ao mal não pode ser uma responsabilidade exclusiva do Governo e da religião, apelando ao papel activo dos pais e encarregados de educação. “Se a família deixar o papel da educação dos nossos filhos apenas para a religião e para o governo, vai ser difícil”, comentou. (Ekibal Seda)