Em resposta, Maria Regina Crespim Faustino, Presidente do Conselho nacional da liga da juventude do Partido Renamo, classificou o discurso como incendiário, intimidatório e revelador de um projecto de perpetuação no poder por parte da FRELIMO.
A Presidente do Conselho Nacional da Liga da Juventude do Partido RENAMO, afirma ter ouvido pessoalmente o pronunciamento e não se surpreendeu com o conteúdo, lembrando que o próprio Presidente da República já manifestou, em outras ocasiões, discursos semelhantes, defendendo a união dos partidos libertadores para combater a chamada extrema-direita.
A intenção não é promover a democracia, mas sim manter o status quo da elite partidária, lamentou Maria Regina, sublinhando que, se os ideais da luta de libertação tivessem sido respeitados, Moçambique estaria muito mais desenvolvido.
A crítica alerta ainda para o actual clima de tensão social, agravado pela crise económica, escassez de divisas e descontentamento generalizado com os serviços públicos. O país está como pólvora e qualquer faísca pode rebentar tudo, disse, acusando o secretário da ACLLN de lançar mais gasolina ao fogo.
A declaração sugere que o discurso do dirigente é uma antevisão de que as eleições de 2025 poderão não ser livres nem justas. “Já se fala em fraude antes mesmo do pleito eleitoral. Isto é sinal claro de que o partido no poder não quer aceitar alternância governativa.” Afirmou.
A Presidente do Conselho Nacional da Liga da Juventude do Partido RENAMO, apela ao fortalecimento das instituições democráticas, à fiscalização rigorosa dos processos eleitorais e à rejeição de discursos que põem em causa a paz e a coesão social. “Moçambique é de todos, não de uma minoria partidária”, concluiu.
De salientar que o Governador da Província de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, deslocou-se esta Terça-feira à residência oficial de Dom Inácio Saúre, Arcebispo de Nampula, para apresentar um pedido formal de desculpas em nome do Conselho Executivo Provincial e do partido FRELIMO.
O pedido surge em resposta às declarações do Secretário Provincial da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), Henriques Naweka, que afirmou publicamente que a FRELIMO só sairá do poder depois de Jesus Cristo voltar.
As palavras de Naweka geraram forte indignação em diversos sectores da sociedade, incluindo círculos religiosos, académicos e políticos, por serem vistas como antidemocráticas e desrespeitosas aos princípios do Estado laico.
O gesto do Governador é interpretado como uma tentativa de mitigar os efeitos negativos das declarações e de reafirmar o respeito institucional pela Igreja e pelos valores da convivência democrática. (Milda Langa)







