Entretanto, o Presidente do Partido Ecologista, João Massango, disse ao Integrity Magazine que Moçambique está vivendo uma verdadeira hecatombe. Contudo, o estado de medo e insegurança é generalizado. Não restam dúvidas de que o derramamento de sangue é a marca registada do regime.
De acordo com João Massango, Presidente do Partido Ecologista, os assassinatos ocorrem a qualquer hora e em qualquer lugar, com agravante de serem muitas vezes cometidos com armas de uso exclusivo do Estado. “Hoje, é cada vez mais difícil distinguir entre criminosos e agentes do Estado, a figura do polícia bandido tornou-se uma realidade alarmante”, disse Massango.
Para Massango, o problema não pode, nem deve, ser analisado isoladamente. Segundo o Presidente do partido Ecologista, os crimes hediondos que se multiplicam geram pânico na sociedade e mancham a imagem internacional de Moçambique, colocando o país entre os mais perigosos do mundo. “Estamos preocupados. Acordamos sem saber se, ao sairmos de casa, seremos atingidos por balas deliberadas ou perdidas. Estamos preocupados porque o crime organizado parece controlar o Estado. Se fosse o contrário, se fosse o Estado a controlar o crime, poderíamos dizer que estamos travando uma batalha. Mas a realidade mostra que, em muitos casos, os próprios agentes do Estado estão envolvidos no crime, quando, na verdade, deveriam garantir a nossa segurança”, rematou.
No que diz respeito aos recentes assassinatos, especialmente os casos em que policiais mortos, João Massango disse que podemos concluir que, alguns ou talvez muitos agentes em unidades especializadas como o SERNIC, DIO, UIR, entre outras, estão envolvidos num ciclo vicioso de enriquecimento ilícito.
“Vivem na chamada vida fácil, sustentada por crimes como peculato, extorsão em nome da lei e ajustes de contas internos. A única forma encontrada para resolver os conflitos é mediante assassinatos entre eles próprios”, exclamou!
“Reitero ainda que o Estado precisa urgentemente de mudar os seus modi operandi. A confiança da população na polícia está esgotada. É preciso reestruturar as instituições, restaurar a autoridade legítima e moral do Estado, e devolver aos cidadãos o direito básico”, falou Massango.
Outrossim, Moçambique regista insegurança do Norte ao Sul do País, onde se vive momentos de dor, luto, pânico e angústia. Para além dos assassinatos de quem deveria zelar pela segurança nacional, Moçambique regista crescimento no tráfico de drogas, sequestros e raptos, corrupção e terrorismo a Norte do país.
Contudo, o Presidente do Partido Ecologista disse que o terrorismo é um fenómeno que não podemos, de forma alguma, subestimar. No contexto do Norte de Moçambique, esta ameaça representa mais do que simples ataques armados, é uma realidade enraizada que, para muitos, é vista como uma herança do próprio regime.
“Este terrorismo tem rostos, tem donos. E o mais alarmante é que não estão fora de Moçambique; estão dentro do nosso território. São os mesmos que choram com o povo, mas assistem impávidos à chacina dos que juraram lealdade à bandeira. Com astúcia, transformam o povo em carne para o canhão do terrorismo”, rematou a fonte.
“Hoje, em Moçambique, convivemos com todos os tipos de crimes. Ora raptos, tráfico de drogas, assassinatos e corrupção profunda. O mais grave é que, para muitos, o crime compensa. E compensa porque é praticado com a protecção de dentro do próprio Estado”, acrescentou ainda.
Outrossim, Massango disse também que, estes actos são reflexo da fragilidade de uma governação que, com alguns dos seus agentes, legitima o crime ao invés de o combater. Desse modo, não é segredo que, na sua maioria, esses agentes não só pactuam com o crime, como dele beneficiam directamente. São cúmplices.
O presidente do Partido Ecologista enfatizou ainda que a análise do cenário nacional, infelizmente, é sempre negativa. E não por falta de esperança ou patriotismo, mas porque os factos, os rostos e os gritos do povo não podem mais ser ignorados. Contudo, toda essa desgraça sobre o povo moçambicano, desde o terrorismo, assassinatos de agentes das FDS, sequestros e raptos, tráfico de drogas e órgãos humanos, corrupção o patrão é o mesmo.
Entretanto, Paulo Nguenha, contou ao “Integrity Magazine” que foi um momento de muito terror e pânico vivenciado na cidade da Matola. “Estavam em perseguição, todos dispararam, parecia que todos eram agentes devidamente treinados. Aquilo parecia filme. Era disparo em todo lado. Acredito que seja ajuste de contas. Mas custa-me crer que vi duas equipes treinadas em confrontos. O comportamento destes, pareciam os mesmos impiedosos na época das manifestações. Hoje vi que de facto temos assassinos treinados. Estamos entregues, disse.
Entretanto, a Polícia da República de Moçambique (PRM), identificou uma das vítimas. Segundo a PRM, a vítima identificada fazia parte da lista dos prisioneiros que no mês de Dezembro do passado 2024, fugiram da cadeia de Máxima segurança, B.O. Trata-se de Amado Rashid Khan, acusado de ser um dos mandantes dos raptos, foi identificado pela PRM, como uma das vítimas mortais do tiroteio ocorrido na Sexta-feira, 04.07. (Milda Langa)
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