Em Fevereiro deste ano, o governo transferiu 91% das acções da LAM para três empresas públicas – Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) – na tentativa de resgatar a transportadora nacional da crise financeira e operacional que enfrenta há vários anos.
A possível entrada do INSS, instituição que gerência vultosa recursos financeiros oriundos das contribuições sociais dos trabalhadores, poderia significar um reforço de capital essencial para os planos de recuperação da LAM. No entanto, analistas alertam para os riscos associados, ressaltando a necessidade de garantir que os fundos de pensão não fiquem expostos a um investimento de alto risco, em uma empresa que tem registado prejuízos recorrentes.
Questionada sobre o tema, a Ministra do Trabalho, Género e Acção Social, Ivete Alane – cuja pasta tutela o INSS optou por cautela. “São informações que estão circulando”, afirmou, acrescentando que “quando chegar o momento para nos pronunciarmos, faremos uma comunicação oficial”.
A reestruturação da LAM é acompanhada com atenção pela opinião pública, particularmente depois da nomeação do consultor sérvio Dane Kondić para liderar o processo, uma decisão que motivou debates sobre governação e transparência.
Para especialistas, a eventual entrada do INSS na estrutura accionária da companhia aérea deve ser acompanhada de medidas rigorosas de protecção aos recursos dos contribuintes, além de um plano de recuperação sólido para garantir a sustentabilidade da transportadora. (NM)