De acordo com o responsável, estão a decorrer, actualmente, estudos de viabilidade que determinarão as condições finais para o avanço do projecto, que prevê a construção de uma barragem no rio Zambeze, abrangendo os distritos de Marara, Cahora Bassa e Chiúta.
Avaliado em 320 mil milhões de meticais (5 mil milhões de dólares), o empreendimento está estruturado sob o modelo Build, Own, Operate and Transfer (BOOT), prevendo-se o encerramento do processo de financiamento para 2027 e o início das operações comerciais em 2032. A barragem será erguida a cerca de 61 quilómetros a jusante da barragem de Cahora Bassa e incluirá uma linha de transporte de energia de alta tensão com aproximadamente 1300 quilómetros, desde Tete até Maputo.
O projecto constitui o maior investimento público-privado em infra-estruturas alguma vez realizadas no País, sendo considerado um pilar da estratégia nacional para posicionar Moçambique como um exportador regional de energia limpa. O Governo tem apresentado a iniciativa a investidores internacionais, incluindo numa sessão recente em Londres, em parceria com o Tony Blair Institute for Global Change, no âmbito da Missão 300 e do Compacto Nacional de Energia.
Entre os parceiros envolvidos destacam-se a Eléctricité de France, a TotalEnergies e a Sumitomo Corporation, além de instituições como o Banco Mundial, a International Finance Corporation (IFC), a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
Segundo o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estevão Pale, Mphanda Nkuwa é uma prioridade nacional que alinha os objectivos internos com os desafios regionais de desenvolvimento económico, integração energética e resiliência climática. A iniciativa visa ampliar o acesso à energia, diversificar fontes de geração e promover uma industrialização verde.
Durante a mesma intervenção, Carlos Yum referiu-se ainda à parceria com o FUNAI, entidade envolvida nos estudos de viabilidade e nas soluções tecnológicas. “Vamos manter uma organização com o FUNAI, que é a organização que nos trouxe até aqui. Esta organização foi a que nos fez o estudo de viabilidade e as diferentes soluções tecnológicas. Tem muita experiência em implementação comunitária”, disse. Yum acrescentou que o investimento social previsto ronda entre 504 e 630 milhões de meticais (8 e 10 milhões de dólares) ao longo de três anos, com expectativa de impacto superior a esse valor. (Rádio Moçambique)