Terça-feira, Julho 15, 2025
  • Sobre Nós
  • VAGAS DE EMPREGO
Integrity Magazine
No Result
View All Result
26 °c
Maputo
  • Home
  • Analise Global
    • Contemporaneidade Africana
    • Saúde da Macroeconomia
  • Economia e Investimentos
    • Mercados
    • Importação e Exportação
    • Hotelaria e Turismo
    • Petróleo e Gás
  • Dossiers Integrity
    • Grande Entrevista
    • Investigação Integrity
    • Guerra
    • Indústria Extrativa
    • O Gatilho da história
    • Direitos Humanos
    • A Rota da Criminalidade Organizada
    • Terrorismo
  • Política e Sociedade
    • Breves
    • Saúde e Educação
    • Ciência e Tecnologia
    • Internacional
    • Cultura
Integrity Magazine
  • Home
  • Analise Global
    • Contemporaneidade Africana
    • Saúde da Macroeconomia
  • Economia e Investimentos
    • Mercados
    • Importação e Exportação
    • Hotelaria e Turismo
    • Petróleo e Gás
  • Dossiers Integrity
    • Grande Entrevista
    • Investigação Integrity
    • Guerra
    • Indústria Extrativa
    • O Gatilho da história
    • Direitos Humanos
    • A Rota da Criminalidade Organizada
    • Terrorismo
  • Política e Sociedade
    • Breves
    • Saúde e Educação
    • Ciência e Tecnologia
    • Internacional
    • Cultura
No Result
View All Result
Integrity Magazine
No Result
View All Result
Home Integrity Reflexões O caldeirão do escriba

[…] E SE TRUMP ENROLA A MANGUEIRA!

Caiu-nos a notícia como manga verde no cocuruto: a USAID, aquela velha torneira yankee que pingava penicilina, milho híbrido e técnicos de Excel, foi fechada a cadeado pelo inquilino da Casa Branca. De um dia para o outro, o caudal encolheu tal qual rio na estiagem, e a imaginação moçambicana, sempre engenhosa, ficou a escavar o leito lamacento à procura das últimas poças.

2 de Julho, 2025
em O caldeirão do escriba
Reading Time: 3 mins read
A A
0
300 000 RANDS FORAM EMBORA COM A ‘MULHER AVIATOR’ (Carta ao José)
CompartilharCompartilhar

Imagina-se o Zambeze a sussurrar — não mais cantando, mas rangendo nos pedregulhos — e os hipopótamos, perplexos, perguntando-se quem lhes roubou a maré. Não é mero dramatismo: os carregamentos de antirretrovirais que atravessavam estradas poeirentas feitas procissões luminosas tendem agora a emperrar na alfândega, tal qual frango congelado esquecido no cais de Nacala. E sem esse cordão umbilical farmacêutico, a mãe seropositiva torna-se funâmbula sobre abismo, equilibrando o futuro do filho no frágil fio de uma pastilha que já não chega.

Por: Zacarias Nguenha

RelatedPosts

O País só mudou da colônia

O País cometeu o erro colossal de parar com as manifestações

14 de Julho, 2025
Os escritores precisam da AEMO?

Os escritores precisam da AEMO?

12 de Julho, 2025
Publicidade Publicidade Publicidade

Kant, lá de Königsberg, ergueria a sobrancelha: “Usa a humanidade sempre como fim, jamais como meio.” Pois o mesmo gesto que poupa trocos no Tesouro norte-americano converte homens distantes em peões descartáveis. Hobbes completaria, com hálito de fumaça sobre o cachimbo: “Que ninguém se espante se o estado de natureza bater à porta, faca entre os dentes.” Povo sem pão nem vacina depressa troca o livro de Camus por qualquer bandeira que prometa barriga cheia, mesmo que a cores berrantes e dogmas estranhos.

ADVERTISEMENT

A psicologia colectiva, como termiteiro depois do fogo, precisa de tempo para reerguer câmaras e túneis. Maslow já advertira: ausência de necessidades básicas corrói todo o edifício da realização. Suspenso o programa de nutrição escolar, o miúdo da província rebenta a sola das sandálias na marcha para casa, porque a sala de aula perdeu o cheiro da sopa fortificada. E se a fome volta a roncar no recreio, lá se vão álgebra, geografia e sonho de universidade no caudal do estômago vazio.

Contudo, o golpe possui didáctica perversa. Primeiro ensina que depender de uma única fonte é flertar com a cilada: jacaré que confia num braço de rio acorda seco na manhã seguinte. Cabe ao governo caçar alternativas com presteza de corvo marinho: Banco Africano de Desenvolvimento, Global Fund, filantropias de Seattle e tios emergentes de Xangai. Segundo, obriga a remexer gavetas fiscais. O gás de Rovuma, bem auditado, pode render escudos para saúde e educação, se escapar às garras de isenções generosas que fazem corar qualquer moralista. Por fim, recorda a força das raízes. Sem o tractor estrangeiro, resta a enxada — mas também o engenho de quem, há gerações, faz brotar milho em latossolo ingrato.

Há quem festeje o corte como vitória de contas equilibradas. Todavia, mesmo a aritmética tem coração: cada dólar suprimido em território longínquo reencarna em mutação viral que, avião mediante, aterrissa sorrateira em Miami. Chama‐se custo diferido, e costuma chegar com juros. O vírus não carimba passaporte, tampouco respeita rótulo partidário.

Filosoficamente, o acto lembra o mito de Cronos devorando filhos: a superpotência mastiga o futuro global para saciar seu apetite imediato. Mas o tempo, esse velho gozador, não se deixa engolir; engole ele mesmo quem o desafia. Deixar milhões à deriva de febres e gafanhotos corrói a tessitura moral que sustenta alianças, mercados e as próprias praças financeiras que hoje celebram poupança. O dólar brilha enquanto houver quem acredite que ele lastreia não só ouro, mas algum sentido de comunidade humana. Sem isso, vira papel vistoso, pronto a ser soprada às quatro ventanias.

Camus diria que o absurdo reside em querer um mundo justo numa realidade indiferente. Mesmo assim, manda a lucidez empurrar a pedra ladeira acima. E Moçambique, malandro calejado, há-de contin­uar a empurrar: multiplicar barragens de dados, reinventar cooperativas agrícolas, seduzir investidores que tragam também transferências de tecnologia — não apenas dividendos que evaporam na bolsa de Nova Iorque. A lição é brilha como o Sol de Junho: a solidariedade emprestada é boa, mas a soberania construída dispensa chapéu alheio na primeira borrasca.

Entretanto, não percamos o humor — último reduto de gente que recusa definhar. Se Trump enrolou a mangueira e foi embora, resta‐nos cantar samba na chuva fingida, cutucar o engenheiro do bairro para improvisar bomba manual, arrancar cisterna de plástico de onde ninguém esperava e, quiçá, transformar o velho machimbombo escolar em clínica ambulante movida a óleo de dendê reciclado. Génio e ajustamento: vidro moído vira areia para cimento, casca de camarão vira fertilizante, e promessa vazia vira motivo de piada no quintal.

Eis, portanto, o recado entalhado a estilete em tronco de embondeiro: quem fecha a carteira dos pobres acaba, mais cedo que tarde, a pagar conta maior — juros cobrados pelos mesmos ventos que espalham pólen, mas também pragas.

Afinal, alguém já conseguiu regar um campo inteiro com promessas de austeridade?

Tags: EnrolaMangueiraTRUMPUSAID
ShareTweetShareSendShareSend

Related Posts

O País só mudou da colônia
O caldeirão do escriba

O País cometeu o erro colossal de parar com as manifestações

14 de Julho, 2025
Os escritores precisam da AEMO?
O caldeirão do escriba

Os escritores precisam da AEMO?

12 de Julho, 2025
Os badalados primeiros cem (100) dias de governação
O caldeirão do escriba

VOCÊ FOI FERIDO NA GUERRA?

12 de Julho, 2025
Entre o dedo acusador e o telhado de vidro: a incoerência de Aurélio Furdela
O caldeirão do escriba

Entre o dedo acusador e o telhado de vidro: a incoerência de Aurélio Furdela

11 de Julho, 2025

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

No Result
View All Result
INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 14 de Julho de 2025.

74ª Edição: Assine já e tenha acesso, semanal e mensalmente, a um serviço de informação criterioso, atemporal, feito com rigor, qualidade e integridade.

Como ser Assinante?
Contacte-nos já através de: [email protected] / (+258) 84 7990765/ 82 272 5657, ou adquira a sua cópia em PDF na versão electrónica, através do M-Pesa ‪(+258) 84 7990765‬ e Emola ‪(+258) 874968744‬, Por apenas 60 Meticais e receba no seu E-mail ou no WhatsApp mediante a confirmação de transferência.
  • Sobre Nós
  • Ficha Técnica
  • VAGAS DE EMPREGO

© 2022 Integrity Magazine - Todos direitos reservados | Desenvolvido pela Videncial.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In
No Result
View All Result
  • Home
  • Analise Global
    • Contemporaneidade Africana
    • Saúde da Macroeconomia
  • Economia e Investimentos
    • Mercados
    • Importação e Exportação
    • Hotelaria e Turismo
    • Petróleo e Gás
  • Dossiers Integrity
    • Grande Entrevista
    • Investigação Integrity
    • Guerra
    • Indústria Extrativa
    • O Gatilho da história
    • Direitos Humanos
    • A Rota da Criminalidade Organizada
    • Terrorismo
  • Política e Sociedade
    • Breves
    • Saúde e Educação
    • Ciência e Tecnologia
    • Internacional
    • Cultura

© 2022 Integrity Magazine - Todos direitos reservados | Desenvolvido pela Videncial.

Go to mobile version