Ruanda anunciou sua saída da Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC), acusando a República Democrática do Congo (RDC) de “instrumentalizar” o bloco regional em benefício próprio. A decisão foi anunciada após a 26ª Cúpula da CEEAC, realizada em Malabo, Guiné Equatorial.
Segundo fontes oficiais ruandesas, a medida é uma resposta à “politização” da organização por Kinshasa, que teria buscado ativamente impedir Ruanda de assumir a presidência pro tempore , cargo que seria transferido para a Guiné Equatorial.
A controvérsia surge em meio a tensões crescentes entre Ruanda e a RDC , com acusações de suposto apoio de Kigali ao grupo Movimento 23 de Março (M23), alegações que o governo ruandês tem negado consistentemente.
Ruanda lamenta a instrumentalização da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) pela República Democrática do Congo (RDC), com o apoio de alguns Estados-membros. Essa distorção da finalidade da organização ficou mais uma vez evidente durante a 26ª Cúpula Ordinária realizada hoje em Malabo, onde o direito de Ruanda de assumir a presidência rotativa, estipulado no Artigo 6º do Tratado, foi deliberadamente ignorado para impor o ditame da RDC.
Ruanda já havia denunciado, em carta endereçada ao Presidente da União Africana, sua exclusão ilegal da 22ª Cúpula, realizada em 2023 em Kinshasa, sob a presidência da RDC. O silêncio e a inação que se seguiram confirmam a incapacidade da organização de aplicar suas próprias regras.
Ruanda denuncia a violação dos seus direitos garantidos pelos textos constitutivos da CEEAC. Consequentemente, Ruanda não vê justificativa para permanecer em uma organização cujo funcionamento atual contraria seus princípios fundadores e sua finalidade.
Vale lembrar que inicialmente se esperava que Ruanda assumisse a liderança da CEEAC, mas a oposição da República Democrática do Congo e do Burundi frustrou essa possibilidade. Consequentemente, o mandato da Guiné Equatorial à frente da organização foi prorrogado por mais um ano.