A juíza Allison Burroughs, do estado de Massachusetts, onde Harvard está localizada, considerou que a instituição corre o risco de sofrer “danos imediatos e irreparáveis, antes de todas as partes terem a oportunidade de ser ouvidas”, de acordo com um documento judicial consultado pela agência de notícias France-Presse.
Harvard tinha recorrido a tribunal para contestar a proibição, que alegou fazer parte de “uma campanha concertada e crescente de retaliação” contra a universidade, que “se recusa” a ceder à pressão da Casa Branca.
Horas antes, Donald Trump tinha assinado uma ordem executiva que suspendia por seis meses a entrada no país de novos estudantes internacionais aceites por Harvard, acusando a universidade de “radicalismo” e “ligações estrangeiras preocupantes”.
Harvard está na linha da frente da guerra de Trump contra o ensino superior, tendo recusado, entre outras coisas, submeter-se a auditorias aos programas académicos, funcionários ou estudantes como contrapartida para manter o financiamento federal.
Em retaliação, Washington já cortou aproximadamente três mil milhões de dólares (2,62 mil milhões de euros) em financiamento à universidade.
No final de maio, Trump tentou também retirar a Harvard a certificação SEVIS (Student and Exchange Visitor), o principal sistema através do qual os estudantes estrangeiros são autorizados a estudar nos Estados Unidos.
Essa medida foi igualmente suspensa por uma decisão da juíza Allison Burroughs, que sublinhou a necessidade de conceder “certas proteções aos estudantes internacionais” da universidade.
Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo, acolhe atualmente 10.158 estudantes internacionais de 150 países, incluindo 2.126 da China, segundo dados relativos ao ano letivo 2024/2025 publicados no portal do gabinete internacional da instituição. (LUSA/RTP)