Segundo os mesmos, para além de se ressentir de altas velocidades e os saltos provocados por buracos na estrada, os bichos vieram aumentar ainda mais o seu sofrimento durante a viagem, tornando cada vez mais difícil viajar na Estrada Nacional Número um (EN1).
Após longas horas de viagem e muitas turbulências, o ónibus para em um certo ponto para esfriar o motor, e os passageiros descansam para se aliviar do sofrimento dos buracos durante a viagem. É aí onde começa uma nova era do sofrimento, aliás os percevejos passeiam a sua classe mordendo passageiros que tentam usar as cadeiras para dormir.
Aqui, crianças, mulheres grávidas, até homens são chupados o seu sangue com estes bichos até o amanhecer.
Na guerra, muitos tentam se proteger de qualquer forma, alguns usam baygon sem medir as consequências, e por vezes provoca tosse até a madruga.
“Estamos cansados, pagamos 4.500 meticais de Nampula a Maputo, mas as condições em que viajamos, são muito péssimas, os percevejos estão a nos atacar, não dormimos, eu e meus filhos estamos cheios de borbulhas, e a minha pergunta é: é porque que o Governo não sanciona? Não basta o sofrimento dos buracos?” – Questionam nossas fontes.
Na tentativa de entender os reais motivos, os representantes da empresa Nagi Investimentos, reconheceram a existência de percevejos nas cadeiras dos ónibus, e prometem trabalhar para resolver, mas acusam os passageiros de trazerem os percevejos, dos locais onde se hospedam.
“Nós estamos cientes, e reconhecemos que existem esses bichos em nossos ónibus, mas estamos trabalhando no sentido de manter e resguardar a vida dos passageiros, os quais são nossos clientes.”
O activista e defensor dos Direitos Humanos sediado em Nampula, J. Pachoneia, considera o problema como algo desumano, e pede a responsabilização.
“Estamos em um país em que não é olhado o bem do povo, esses bichos são resultado da falta de higiene, e isso está prejudicando os passageiros, que devem limpar os ónibus para os passageiros viajarem tranquilamente. Ou mudamos tudo, ou tudo se repete”. Assim vai o nosso Moçambique. (F.E.)







