Mais do que uma celebração da longevidade do grupo, o evento será também um momento de homenagem a dois dos seus membros históricos já falecidos: Tony Jango (vocalista) e Pilecas Nhavene (percussionista), figuras fundamentais na construção da identidade sonora e estética da banda.
O repertório do concerto incluirá temas emblemáticos dos álbuns “Katchume” e “Tsuketani”, marcos importantes na história recente da música moçambicana. Segundo Rufus Maculuve, um dos membros da banda, esta apresentação tem um carácter simbólico: “É uma homenagem aos colegas que já partiram e uma oportunidade de reflectir sobre os 30 anos de jornada.”
O regresso ao palco do CCFM carrega também um valor sentimental, já que foi neste espaço, em 1996, que o grupo teve a sua primeira grande apresentação ao público moçambicano. Fundado no mesmo ano por quatro jovens empenhados em projectar a música moçambicana além-fronteiras, o Kapa Dêch bebeu influências de referências nacionais como Ghorwane, Alambique e Grupo RM, e de artistas africanos e internacionais como Stimela, Osibisa, Salif Keita e Mory Kanté.
Ao longo dos anos, o Kapa Dêch consolidou-se como uma das principais vozes da música moçambicana contemporânea, preservando a criatividade, a memória e o orgulho cultural do país. (Nando Mabica)