“Devido ao garimpo, todos os rios estão poluídos”, declarou o Presidente num comício em Manica, província que visita desde Domingo. Chapo admitiu que as actividades das mineradoras estão a “estragar o meio-ambiente” e que a população local, assim como seus animais, sofre as consequências directas da água contaminada.
Apesar da gravidade da situação, a suspensão parece mais reactiva do que preventiva. Durante anos, comunidades ribeirinhas denunciaram os impactos da mineração desenfreada, sem haver fiscalização eficaz ou punições exemplares. Agora, o governo promete aplicar multas às empresas infractoras, uma medida que, se não for acompanhada de processos judiciais e reformas no sector, pode ter pouco efeito prático.
A acção acontece no âmbito da visita de trabalho do chefe de Estado à região, o que também levanta dúvidas sobre se a medida é parte de um plano sustentável ou apenas uma resposta estratégica a pressões locais e eleitorais.
Enquanto isso, os danos ambientais acumulados continuam a colocar em risco a saúde pública e a segurança hídrica da província. (Nando Mabica)