A razão é única: todos querem o poder para mandarem ou roubarem/ beneficiar-se sobre o que há em cada uma das organizações, porque se fosse para servir os associados ou a população ninguém iria lutar e deixar-se manchar tanto assim em processos de escolhas simples.
As eleições em outras latitudes são para confirmar teorias ou projectos de transformação institucional, política, social e económica e não um antro de galos barulhentos que lutam pela única galinha na capoeira.
Em Moçambique sempre que há uma simples eleição é motivo para confusões que culminam em sedes dos tribunais, nas cadeias e arruaça nas ruas e avenidas, onde a polícia acaba assassinando manifestantes e facilitando saques em armazéns, lojas e residências particulares, tudo por uma simples eleição.
E mesmo, após a tensão pós-eleitoral que vivenciamos no País, parece que não aprendemos, eis que uma simples eleição para a presidência da Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique, o mal da confusão volta a ressurgir, desta vez com explosões televisivas, radiofónicas, jornalísticas e judiciais, tudo visando não permitir que uma das partes participe do processo.
Ninguém entende como alguém pode sair satisfeito por ser eleito em processos eleitorais tensos como os que vivenciamos em Moçambique, até parece que normalizamos o anormal. Adoramos viver na banalização em Moçambique, onde o que deveria ser um espaço de convivência saudável e de respeitabilidade acaba sendo local de promoção de conflitos infindáveis. Precisamos resgatar a nossa essência, deste jeito, já não dá! (Omardine Omar)