A afirmação foi feita durante a cerimónia de empossamento de novos membros da direcção do sector, onde o ministro desafiou os recém-nomeados a assegurar o aumento da produção e da oferta de alimentos no país.
Embora o apelo do ministro reforce um compromisso relevante, o discurso surge num contexto marcado por dificuldades persistentes no sector agrícola, como o fraco acesso a insumos, escassos investimentos em infraestruturas rurais e mudanças climáticas que comprometem colheitas. Roberto Albino também exigiu que os novos dirigentes criem mecanismos eficazes para a geração de renda nas zonas rurais — uma medida essencial, mas que carece de estratégias claras e sustentáveis a longo prazo.
O Artigo 103 da Constituição da República de Moçambique reconhece a agricultura como base do desenvolvimento nacional e obriga o Estado a promovê-la com vista ao progresso económico e social. No entanto, a implementação prática desse princípio constitucional continua aquém das necessidades, com milhares de famílias camponesas a enfrentarem baixos níveis de produtividade e vulnerabilidade económica.
Apesar da retórica oficial, a realidade no terreno exige mais do que promessas e discursos — exige investimentos concretos, políticas públicas eficazes e apoio técnico estruturado aos produtores. O desafio lançado por Roberto Albino é pertinente, mas sua concretização dependerá do compromisso real do governo com o fortalecimento do sector agrícola e com o bem-estar das populações que dele dependem. (Nando Mabica)