É um facto que notícias e/ou casos sobre infidelidade conjugal têm inundado os media e/ou as plataformas digitais, despertando todo o tipo de reacção, desde simples curiosidade, risos e comoção à indisfarçável raiva. E, mais concretamente, os crimes passionais emergem, nesse baile de máscaras, como a ponta de navalha que fere mortalmente os envolvidos, figurando, ultimamente, como fenómenos quase diários que, na nossa sociedade, tiram vidas e destroem famílias. E, mais uma vez, comprova-se que tudo gira em torno do sexo…
Escrito por: René Moutinho, M.Sc. [email protected]
Diante disso, torna-se necessário educar a sociedade, sob o ponto de vista sexual e conjugal. A Igreja já o faz, mas, não raras vezes, tem sido também factor de instabilidade neste quesito. Olhemos então para a Bíblia, o Livro Sagrado dos Cristãos. Nele lê-se que Deus instituiu o sexo para o Matrimónio, (Gen. 2:24) e, por conseguinte, toda a actividade sexual fora desse contexto é considerado pecado (1 Cor. 6: 18), conforme atestam as respectivas passagens dos versículos acima: “Por isso é que o homem deixará seu pai e sua mãe e se apegará à sua esposa, e eles se tornarão uma só carne” / “Todos os outros pecados que alguém comete, comete-os fora do corpo; mas quem peca sexualmente, peca contra seu próprio corpo.”
Portanto, a abordagem religiosa cristã é clara: sexo só para os casados: ou seja, para o homem e a mulher que foram matrimonialmente consagrados como marido e mulher, aos olhos de uma Igreja e/ou uma determinada comunidade religiosa. Assim, qualquer acto sexual fora dessa ‘umbrela religiosa’ é pecado. Até aqui quase todos já se julgam pecadores neste aspecto. Mas eu não sou Padre, por isso não farei sermões e, para que não me julguem, também não julgarei ninguém. Que nos julgue Deus. Com isso, encerro aqui a abordagem puramente religiosa sobre o sexo.
Porém a tese que tenciono defender persiste, e é a seguinte: se os casais estivessem sexualmente satisfeitos, espiritualmente conectados e, portanto, fiéis à Deus, não assistiríamos a este tsunami de infidelidade conjugal e crimes passionais que, como uma tempestade severa, assola forma directa ou indirecta a todos nós. Se a família, a base de sustentação da sociedade, estivesse saudável, ou seja, suficientemente organizada e minimamente funcional, não assistiríamos a esse desvario sexual quase normalizado.
É que, para mim, não é compreensível que pessoas crescidas, maduras, com responsabilidades conjugais e sociais, traiam só por trair. Ou, por outra, que traiam simplesmente por bens materiais, pelo “calor do momento” e/ou por coisas levianas. Não!
Há mais alguma coisa. Deve haver outra explicação.
(Continua…)