Em resposta à queima de casas em condições precárias em Marracuene, na baixa de Ricatla, a população entrou em revolta. São Hectares de espaço que a própria população assume ser privado, embora tivessem ali suas palhotas. Entretanto, a Unidade de Intervenção Rápida (UIR), chegou a disparar com balas verdadeiras, como contam as vítimas.
No local, chegaram três viaturas, um Mahindra e dois blindados. Quando chegaram não procuraram saber se nas casas havia pessoas ou não, o que colocou em risco vidas de várias famílias que se encontravam nas casas naquele local. Muitos escaparam porque saíram a correr para proteger suas vidas. Outrossim, fontes narram que nessa onda de disparos protagonizados pela UIR, duas pessoas foram gravemente atingidas, um menor de 17 anos e o senhor Francisco. Foi nesse momento que Francisco desapareceu por vários dias no seio familiar.
Com tudo, segundo conta a esposa de Francisco, seu marido saiu de casa numa manhã e foi ao trabalho como habitualmente. No período da tarde, Francisco entrou em contacto com a esposa dizendo sair do serviço em direcção a Marracuene, Ricatla, no terreno do casal para ouvir e ver de perto o que estava acontecendo. Esta foi a última comunicação que a esposa do malogrado teve com seu marido. Após sentir que seu marido não regressava a casa, seus números de telemóvel embora ligados e chamavam, pois, ninguém atendia as chamadas, deixou a viúva preocupada, fazendo com que começasse a procurá-lo.
A viúva de Francisco dirigiu-se até Ricatla em Marracuene no terreno do casal, onde teve a triste notícia de que seu marido terá sido baleado pela UIR e levado ao hospital pelas autoridades locais. Entretanto, a esposa de Francisco dirigiu-se até o Hospital de Marracuene onde foi dita que seu esposo não estava naquele local, mas sim no Hospital Central de Maputo, HCM. Incansavelmente, cheia de preocupação e medo, a viúva dirigiu-se ao HCM sem sucesso. Na companhia de família e amigos, começaram a procurá-lo nas esquadras, morgue e demais hospitais em Maputo e Matola. Depois de muitos dias a procurar sem sucesso, foi comunicada sobre o inesperado, seu marido havia morto.
A viúva conta ainda que nessa altura, ficou em choque, sem saber o que fazer. Colheu forças devido aos filhos e pediu para ter acesso ao corpo do seu marido. Foi mais outro filme de Tom Cruise, missão impossível. Em Marracuene foi dita que o corpo está na morgue do HCM. Dirigiu-se até ao HCM e disse que não estava lá. Depois de muita insistência, foi dita que o corpo foi levado em uma das viaturas do município de Maputo em direcção a vala comum. Curiosamente, nesse dia haviam duas viaturas na mesma direcção levando corpos para o mesmo destino. Contudo, o veículo que levava Francisco acabava de sair. A esposa do malogrado, na companhia da família e amigos, decidiram ir atrás da viatura na tentativa de levar Francisco e dá-lo o devido funeral em Inhambane.
Por sorte, nesse dia, cinco de Março do ano em curso, moradores de Michafutene interceptaram um veículo do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, devido a um forte odor vindo do interior. Após exigirem a abertura do veículo, descobriram que transportava corpos, o que gerou grande agitação. Foi através deste incidente que a família de Francisco conseguiu ter acesso ao corpo do seu entequerido. O funeral de Francisco foi realizado na sua terra natal em Inhambane, Sul de Moçambique.
Negócio de órgãos Humanos e partes do corpo em Moçambique!
Na tentativa de escapar da fúria popular de Michafutene, o motorista desta viatura que transportava os corpos para a vala comum conforme revelam fontes, embora as entidades legais façam um desmentido, o motorista mostrou um documento legal, assinado e carimbado, o qual estava escrito que se tratava de corpos abandonados desde o passado 2024. Este documento, dava permissão para os corpos serem jogados na vala comum de Michafutene.
A família de Francisco denuncia através das Mídias que seu ente querido estava incompleto. O órgão genital do Francisco foi amputado, foi rasgado do queixo a Bexiga e, tinha ademais, órgãos do seu corpo retirados. A família insatisfeita tentou procurar saber o que teria acontecido com seu entequerido em resposta, foram ameaçados e ficaram com medo de seguir em diante porque Moçambique é um país onde quem não tem poder não lhe é feita a justiça. Para além de Francisco, na viatura do Município de Maputo transportava outros corpos para a vala comum de Michafutene que também careciam de órgãos humanos e partes de seu corpo. Um crime organizado com cobertura do estado.
No dia 03 de Janeiro, uma viatura do Município de Maputo levou corpos para a vala comum de Michafutene, também sem órgãos e partes do corpo. Nesse dia, viam-se pessoas com roupa da cadeia como se fossem prisioneiros a trabalharem, isto é, carregavam os corpos e jogavam na vala comum. Ficou a dúvida, se se tratava de prisioneiros mortos pela polícia, que haviam fugido da B.O no dia do famoso Turbo V8 ou não, pois vários vídeos circularam nas redes sociais a chacina praticada naqueles dias pela Polícia, embora não haja responsabilização. Ou seja, os corpos pertencem a prisioneiros que morreram por outros motivos desconhecidos.
No dia 30 de Janeiro do ano em curso, a população de Michafutene incendiou uma viatura do Município de Maputo que trazia consigo corpos sem cabeça, e outros órgãos humanos para serem jogados na vala comum no cemitério de Michafutene.
O que o Ministério da saúde disse em relação ao caso?
A médica-legista do HCM, Stela Matsinhe, em conferência de imprensa no dia seis (06), de Março do ano em curso, em Maputo, disse que ao nível do Ministério da Saúde (MISAU), neste momento, não existe nenhuma lei que tenha sido aprovada para a doação de órgãos. Com isto dizer que não existe em Moçambique, nenhum acesso a órgãos de nacionais para qualquer finalidade.
Nos países onde está devidamente regulamentado, a doação deve acontecer antes que o indivíduo morra, porque, senão, estes órgãos não têm nenhum valor para o receptor. Ou seja, as células devem estar vivas para poderem fazer o efeito desejado no corpo de quem vai receber.
Segundo Stela, estas autópsias podem acontecer não apenas para falecidos em unidades sanitárias que seja necessário fazer um estudo mais aprofundado, mas também feitas em corpos que vêm de fora por suspeita de violência. A médica legista acrescentou ainda que, nenhuma autópsia médico-legal é feita sem autorização da família, porque esta tem que assinar que consente a realização da autópsia, ou por outra, se quiser saber da causa de morte, solicitar a autópsia, assinar e confirmar o pedido da mesma.
Em contrapartida, a esposa de Francisco e seus familiares afirmam que não solicitaram nenhuma autópsia e na tentativa de saber o que aconteceu com o malogrado cortado, retirado, órgão genital e demais foi ameaçada sem uma resposta concisa. Será autópsia a retirada do órgão genital de Francisco e demais órgãos? E os outros corpos encontrados sem cabeça? Será autópsia? Especialistas temem que o crime organizado tenha capturado o Estado moçambicano.
Relação com terrorismo em Cabo Delgado
No início do terrorismo em Cabo Delgado, os grupos extremistas matavam homens, retiravam órgãos genitais, uma parte da garganta, se tivessem mais tempo, coração e rins. O sangue, como é sabido, os terroristas bebiam para não ter remorsos dos seus actos, por serem cruéis e frios. Nos anos 2018 a 2020, existia um helicóptero que sobrevoava nas matas das zonas de ataque em Cabo Delgado. Trazia Coleman o qual os terroristas recebiam antes dos ataques e a seguir o mesmo helicóptero regressava para levar o Coleman contendo órgãos humanos das vítimas dos terroristas depois dos ataques.
Outrossim, o terrorismo é um negócio que passou dos limites calculados. Mesmo assim, este negócio traz muita renda para os envolvidos na causa, para além da luta pelos recursos ou riquezas que a província possui, os órgãos Humanos também são partes deste grupo criminoso intitulado Al-Shabab de Moçambique. O tráfico de órgãos humanos em Cabo Delgado foi muito encoberto por conta da prática da guerra. Pouco se fala em relação aos órgãos extraídos das vítimas deste grupo. Onde estão os órgãos genitais, gargantas, rins e demais órgãos extraídos por estes terroristas que actuam em Cabo Delgado desde Outubro de 2017? Como consegue este grupo retirar órgãos Humanos profissionalmente e conservá-los até ao mercado negro fora do país? Especialistas temem que o crime organizado tenha capturado o Estado moçambicano.
Criando empresas devido ao terrorismo
Vários políticos têm criado empresas devido ao terrorismo. Isto é, o terrorismo trouxe oportunidades de negócios para um grupo de pessoas. Em Cabo Delgado, não vale só combater nas matas, também esta a se criar empresas, exploração ilegal de pedras preciosas, empresas fantasmas sobre recursos minerais, violação de direitos humanos, entre outros. Kagame confirmou a implantação de empresa ruandesa de segurança em Cabo Delgado. Entretanto, nota-se presença de empresas ligadas ao partido de Paul Kagame em sectores importantes em Moçambique. Com a bênção da Total. A construtora NPD, uma das maiores do Ruanda e próxima de Kagame, poderá operar em Cabo Delgado.
Preocupante é saber que existem vários blindados, material de guerra esbanjado contra manifestantes desarmados, havendo em Cabo Delgado um grupo que há oito anos mata população civil e não civil.
Tráfico de drogas
Moçambique é uma das principais plataformas no tráfico internacional de drogas. Especialistas temem que o crime organizado tenha capturado o Estado moçambicano.
Moçambique é um dos maiores corredores de tráfico de drogas mundialmente. Entretanto, poucos têm sido responsabilizados por este crime. Aliás, várias pessoas de renome na praça têm sido sonantes nesta prática ilícita. Neste assunto, os guardas é que geralmente vão presos enquanto os barões circulam a sua classe à vontade. Podemos lembrar o caso de Fuminho, por exemplo, traficante brasileiro procurado internacionalmente, escondido em Moçambique, vivendo o bom e do melhor com protecção de pessoas da elite.
Em Mafalala, por exemplo, para além de vendas de drogas em pequenas quantidades, existem também armazéns de figuras de altas patentes de Moçambique.
Para este acto, usam-se vias marítimas, os mais corajosos fazem questão de descarregar suas mercadorias nos portos deste belo Moçambique, outros preferem ficar com a ideia do alto mar por meio de pequenas embarcações. Outros usam a via aérea e até a terrestre.
As províncias onde a droga circula com mais frequências são, primeiro, Cabo Delgado, segundo Nampula e Zambézia. Curiosamente as províncias onde o terrorismo actuou, e actua. Embora haja terrorismo em Cabo Delgado, a droga ainda circula sem medo algum, tráfico de animais proibidos idem assim como o contrabando da madeira continua. Já acompanhou alguma vez que os terroristas saquearam drogas? Madeira?
Sequestros
Os sequestros ou raptos em Moçambique movimentam muitos milhões no país, tal como o negócio de órgãos humanos, terrorismo que vem chovendo milhões e milhões e o tráfico de drogas. No ano passado a Confederação das Associações Económicas (CTA) criticou inércia da polícia moçambicana e pondera lançar apelo à comunidade internacional para pôr fim aos sequestros de empresários. Não há nenhuma ação ou estratégia que trave os raptos em Moçambique. O Governo moçambicano prometeu criar uma brigada anti-raptos, mas, até então, nada está ocorrendo no terreno.
Em vários casos, vídeos de sequestradores têm circulado nas redes sociais e ficam por aí. Aliás, durante as manifestações, resultado da crise, pois eleitoral, acções iguais aos dos sequestradores foram muito notórias nos agentes da polícia. O governo provou que tem capacidade para investigar e perseguir, mas estes recursos não se fazem sentir quando se trata de terrorismo, sequestro e tráfico de drogas e órgãos humanos.
Enriquecimento ilícito
É o aumento substancial do património de um agente público ou qualquer outra pessoa para o qual ele (a) não consegue apresentar uma justificação aceitável face aos seus rendimentos obtidos de forma lícita ou legítima.
A corrupção e o branqueamento de capitais figuram na lista dos principais factores do enriquecimento ilícito em Moçambique. A falta de eficiência no sistema de registo predial e automóvel dificulta as investigações de casos de enriquecimento ilícito. Desde 2014 que o enriquecimento ilícito se tornou num tipo legal de crime previsto no Código Penal moçambicano.
Contudo, especialistas temem que o crime organizado tenha capturado o Estado moçambicano. (Milda Langa)
