Deste modo, torna-se difícil demarcar as acções que acontecem no País com as ordens emanadas pelo Presidente da República em exercício, uma vez que este determina quem lidera o poder legislativo e judicial, assim como, todos os condimentos institucionais como o serviço secreto, a polícia, o SERNIC e os 007 desta vida com poderes ilimitados para fazer e desfazer.
Num Estado, onde o Governo através de suas instituições castrenses, possui o mapa criminal e de circulação de todos que lhes interessa, razão pela qual, não faz nenhum sentido que sempre que um cidadão é baleado ou assassinado, o governo aparece em público afirmar que não sabe e está investigando, ou seja, se o Governo é que vela pela segurança pública e investigação criminal, quem estará por de trás dos atentados que ocorrem em Moçambique contra opositores ou cidadãos críticos ao sistema?
Será que existe um poder paralelo no Estado moçambicano? E se existe quem estará por frente do mesmo? Estas questões surgem porque não se entende como num País, onde todos os poderes são controlados por uma pessoa, cidadãos são baleados ou mortos e ninguém é responsabilizado pelo crime–talvez sejam crimes das pessoas que controlam o Estado que agem em defesa dos seus interesses, mas que depois passam a factura para os interesses colectivas.
Num País sério alguém tinha que pagar por estas atrocidades, porque não faz sentido algum que por vários anos cidadãos de bem morram com armas exclusivamente controladas pelo Estado e ninguém seja responsabilizado por tudo isso–um dia teremos que fazer uma investigação suportada e interrogatórios para todos os que ocupam alguma função na secreta, PRM, PGR, FADM, SERNIC e outros sectores complementares do Estado para trazer a nu estas barbáries que se assistem em Moçambique.
Lembrem-se que nenhum crime morre impune, passe o tempo que passar. Foi assim com os nazistas, com os assassinos de Thomas Sankara e de outras figuras de destaque. Até os intocáveis policiais do Apartheid em breve começarão a ser julgados. É tempo de acabar com o poder paralelo: da face de assassinos e de executivos perante a imprensa e da comunidade internacional. (Omardine Omar)