Para além de imortalizar as vítimas do aparatoso acidente, a cerimónia tradicional serviu para mitigar a onda de sinistralidade rodoviária que plantou muitas vezes luto no perímetro entre a sede do distrito de Gondola e a zona de Bengo na Cidade de Chimoio.
Para evocar os espíritos pelo fim dos acidentes de viação naquele troço foi convidada a Rainha Ingomai, uma individualidade responsável por cultos tradicionais no distrito de Gondola. “Todos os espíritos de Cafumpe, nossos irmãos estão acabando, por isso estamos aqui agachados hoje para pedir desculpas, pedimos para que nos unam, porque as mortes estão exagerando aqui nesse local”, evocava a rainha Ingomai enquanto os presentes batiam as palmas.
“O problema que se dá nesse local os automobilistas andam a infringir as regras, muitos deles transportam mulheres de donos sendo elas suas namoradas, e mantêm a cópula nas viaturas e isso faz com que os espíritos de Cafumpe zanguem vai daí que acontecem muitos acidentes nesse local”, disse a Rainha Ingomai ao Integrity.
Francisco Agostinho Ganhonda, um dos líderes comunitários presente nas cerimónias tradicionais, defende que anualmente deve ser feita a cerimónia tradicional no local porque se assim não acontecer poderá haver muitas mortes naquele troço que é de vital importância para a economia do país.
A última cerimónia tradicional decorrente de uma série de acidentes de viação aconteceu faz 4 anos. (Pedro Tawanda, em Manica)