A malnutrição ou subnutrição resulta pelo défice dos micronutrientes, ou mesmo pela fome, ou seja, a pessoa obesa faz parte dos indivíduos malnutrida. Ausência e a presença de alimentos podem causar malnutrição, contudo as crianças que sofrem da desnutrição crónica e aguda são vistas como seres humanos da classe pobre influenciado pelos factores de baixa renda, efeitos de mudanças climáticas, pouco conhecimento sobre a nutrição, guerras e ineficiências de políticas públicas ou má governação.
A questão da falta de conhecimento sobre a nutrição abrange a classe baixa e classe média. Esta última classe consegue assegurar as necessidades básicas e certos desejos e a tem acesso à informação, mas raramente transforma as informações em acções preventiva da subnutrição. Apesar do problema ser abrangente, o foco de análise é a classe pobre que dificilmente consegue assegurar as necessidades básicas como alimentação, educação, saúde, habitação condigna, saneamento e água potável, acesso à informação, direito à liberdade, género, segurança, etc.
Os dados do Banco Mundial, divulgado no seu blog em 2022, demonstram que na África Oriental e Austral têm cerca de 656 milhões de cidadãos, cuja maioria são pobres, enfrentam dificuldades em acesso a alimentação adequada, nutritiva e segura. Os países como Etiópia e Madagáscar têm 22,7 milhões e 7,8 milhões de pessoas respectivamente a enfrentar desafios transversais como efeitos de mudanças climáticas. O continente africano-subsaariana enfrenta três desafios (i) choques climáticos e os sistemas alimentares acelerados pela ausência de investimento de resiliência na infra-estruturas; (ii) choques de preço mundialmente influenciado pelo aumento de preço de energia, adubos e guerra entre Ucrânia e Rússia; (iii) subnutrição influenciada pela segurança alimentar (fome e escassez generalizada) e fracos resultados impactantes na saúde.
Enquanto o relatório da UNICEF (2024), revela que ao nível da pobreza alimentar infantil resulta da pobreza familiar. As famílias têm dificuldades de garantir a dieta adequada às crianças, colocando em causa os objectivos do ODS como “Erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável”, tenta dar-se uma orientação para as políticas nacionais”.
A pobreza alimentar infantil afecta negativamente os primeiros 1000 dias da infância, como insuficiência de nutrientes básicos, causando problemas de sobrevivência infantil (aumento da taxa de mortalidade infantil), crescimento físico (baixo rendimento na idade produtiva) e desenvolvimento cognitivo (menor rendimento escolar).
O relatório classifica malnutrição infantil da seguinte forma: crianças comem de zero a dois tipos de grupos de alimentos por dia vivem no estágio de pobreza alimentar infantil grave; crianças com 3- 4 tipos de grupos de alimentos por dia vivem no estágio de pobreza alimentar infantil moderada; crianças que conseguem mais de 5 tipos de grupos de alimentos por estão fora da linha de pobreza alimentar infantil. Dos 134 países analisados concluiu que 440 milhões de crianças com menor de 5 anos vivem na situação de pobreza alimentar infantil, na medida em que apenas 181 milhões se encontram uma situação grave de pobreza alimentar infantil. Em termos de localização geográfica, a região Ásia do Sul lidera com 130 milhões; a seguir África Ocidental e Central com 73 milhões; África Austral e oriental com 72 milhões; Ásia Oriental e Pacífico 59 milhões; Médio Oriente e Norte da África com 30 milhões e América Latina e Caraíbas com 18 milhões. O continente asiático é o mais afectado pela pobreza alimentar infantil e a seguir o africano.
No contexto da governação moçambicana, foi aprovado a Estratégia de Alimentação Saudável, Actividade Física e Saúde II para os anos 2019-2023, com objectivo de promover o consumo de aleitamento materno para redução de desnutrição infantil. Também foi aprovado o Plano Estratégico da Educação para a Educação 2020-2029, que tem como objectivos a alimentação escolar e a instrução dos conteúdos de nutrição. Além disso, outros sectores governamentais apoiam a causa pela aprovação e implementação de políticas públicas.
No ano passado foi aprovado Política de Segurança Alimentar e Nutricional e Estratégia de Sua Implementação (2024-2030), um instrumento crucial para melhorar a segurança alimentar. Todavia, os instrumentos requerem acções prioritárias, inclusivas, transparente e responsabilização dos sectores-chave e complementares. A mobilização de recursos não pode ser vista como meio para influenciar mudanças nas públicas de saúde, mas como uns dos meios para erradicação do problema, o que significa, é necessário haver vontade e empatia com a situação e uma boa gestão.
O relatório da UNICEF (2023), faz mapeamento das consequências das raparigas e das mulheres malnutridas na fase infantil. Na idade escolar e produtiva, as mulheres apresentam baixa participação na economia, porque a luta é assegurar os serviços básicos de nutrição para cautela as formas de malnutrição. As consequências como desnutrição, insuficiência de micronutrientes e anemia aumentam as problemáticas de género, fraca imunidade de infecções e risco de complicações na gravidez e parto.
Essa situação resulta do (i) sistema nutritivo de meninas é muito lento e continua ameaçado por mais de 1 bilião de adolescentes e mulheres sofrem da desnutrição; (ii) as regiões pobres, as adolescentes e mulheres são afectadas pela desnutrição e anemia, por exemplo, África Subsaariana abrange 68% das adolescentes e mulheres de baixo peso; (iii) malnutrição afecta geração em geração, por exemplo, baixa estatura materna e baixo peso, ao nascimento da criança consiste o atraso no crescimento e emagrecimento na primeira infância, resultando a desnutrição infantil com estimativa de 73% de todos os bebés que nascem com baixo peso e 74% sofrem do atraso de crescimento na África Subsaariana e Ásia Meridional; (iv) a insegurança alimentar global gera crise nutricional para meninas e mulheres, de 2019 (49 milhões) e 2021 (126 milhões), o que significa entre 4 a 5 mulheres grávidas e lactentes encontravam-se na situação de insegurança alimentar.
A complexidade dos factores que contribuem para malnutrição coloca desafios para gestão de políticas públicas e transmissão de informação as classes vulneráveis sobre a ocorrência de insegurança alimentar. Os factores como a subida dos preços de combustível, guerras, oscilação de preços, mudanças climáticas, centralização tecnológica, ineficiência de serviços básicos, escassez de informação e problema transversal de género geram uma crise aguda de insegurança alimentar ao nível global, regional e do país. Portanto, sem dúvida que há uma necessidade urgente de ampliar as estratégias de comunicação de risco para transmitir os conhecimentos tecnológicos e poder minimizar o impacto danoso na saúde feminina e na humanidade. A indústria mediática precisa olhar a crise humanitária de malnutrição nas famílias como acto de responsabilidade social em divulgar as informações preventivas.
Os países em via de desenvolvimento precisam urgentemente desenhar e implementar acções prioritárias como o combate à malnutrição nas famílias, em vez de ser mero discurso para encher os espaços mediáticos. Haja mais acções do que discursos, por exemplo, as políticas agrárias devem ser vistas como alavanca do desenvolvimento e também para dinamizar a economia ou industrialização, sem descurar a construção de infra-estruturas resilientes para enfrentar as mudanças climáticas. Também, é urgente ampliar a cadeia de tecnologia com o sector privado e as universidades para transformar o conhecimento produzido em acções, também com incentivo na isenção de taxa para quem deseja investir no sector agrário. Estas políticas podem reduzir os efeitos de insegurança alimentar.