Os condenados são Jersrit Armando Zimba, de 37 anos; Serabino Massinguili, de 51; e Ilídio Balanço, de 46, este último actualmente foragido após ter escapado do Estabelecimento Penitenciário de Máxima Segurança, conhecido como B.O., no dia 25 de Dezembro.
Segundo a acusação, o grupo sequestrou, a 1 de Novembro de 2023, uma jovem identificada como Zaquia Ahmed, no bairro Sommerschield, na cidade de Maputo. A vítima foi mantida em cativeiro durante 51 dias em condições degradantes, numa residência localizada no bairro Sikwama, no município da Matola.
A sentença é vista como uma tentativa das autoridades judiciais de desencorajar esse tipo de crime, que tem causado dor, luto e, em muitos casos, resultou na morte das vítimas.
De acordo com dados oficiais, Moçambique continua a enfrentar desafios significativos relacionados aos raptos, especialmente nas zonas urbanas. Desde 2011, foram registados 205 casos, com o pico em 2013, quando ocorreram 37. A cidade de Maputo lidera as estatísticas com 133 casos, seguida pela província de Maputo.
Somente no primeiro trimestre de 2025, o país registou 19 raptos, dos quais 15 foram esclarecidos, resultando na detenção de 33 suspeitos e na apreensão de armas, viaturas e equipamentos electrónicos. As vítimas são, na maioria, empresários ou familiares, muitos de ascendência asiática, reflectindo o papel dominante deste grupo no sector comercial urbano.
Como parte da resposta institucional, o governo anunciou, no seu Programa Quinquenal 2025-2029, a criação de uma unidade central de combate aos raptos e ao crime organizado, prevista para estar operacional até 2026.
Desde 2011, mais de 300 pessoas foram detidas por envolvimento em raptos. No entanto, as autoridades continuam a enfrentar dificuldades na identificação e responsabilização dos mandantes desses crimes. (Nando Mabica)