Nelson Quembo, residente do quarteirão 23, em Beluluane A, denuncia o estado crítico das vias de acesso, agravado pelas chuvas. “Com essas chuvas, há um autêntico matagal. Nós, que madrugamos, corremos muitos riscos de assaltos ou até mesmo de morte”, lamentou.
A insegurança também é uma grande preocupação para Margarida Mahumane, que pede policiamento permanente na vila. “Precisamos de polícia 24 horas por dia, porque sofremos roubos de dia e de noite. Falta iluminação nas vias, propiciando violações e roubos. As ruas estão cheias de capim e poças de água. Se pudessem ajudar com uma pá niveladora, seria bom”, sugeriu. Além disso, ela destaca a necessidade de melhorias na corrente eléctrica, que é fraca durante a noite, e da expansão da rede de abastecimento de água, visto que poucos bairros têm acesso à água canalizada da FIPAG.
Lídia, moradora de Beluluane B, reforça a dificuldade de acesso à água potável, apesar da instalação de tanques de abastecimento pela edilidade. No entanto, critica o preço de 3 meticais por um bidão de 20 litros, considerado elevado para muitas famílias.
Outra queixa recorrente é a falta de transportes públicos. A munícipe pede a criação de uma linha de transporte entre a paragem da Mozal e a área próxima ao cemitério de Sala Weche, uma distância de aproximadamente dois quilómetros. Actualmente, os moradores dependem de moto-táxis, que cobram no mínimo 50 meticais por viagem. “Estamos pedindo para o município nos arranjar transporte do terminal para o cemitério. Estamos a sofrer muito, a distância é longa e a energia também é fraca. De noite, aquilo parece uma vela”, disse.
Município reconhece problemas, mas aponta falta de recursos
O assessor de imprensa do município da Matola Rio, Sérgio Gimo, reconhece as dificuldades enfrentadas pela população e garante que esforços estão sendo feitos para melhorar a qualidade de vida dos munícipes. No entanto, ressalta que a autarquia enfrenta desafios financeiros.
Segundo Gimo, com fundos próprios, o município adquiriu uma máquina niveladora para melhorar as vias de acesso e alocou cerca de 500 candeeiros de iluminação pública para reduzir a criminalidade. Além disso, prometeu que, até o fim do mandato, todos os 17 bairros da autarquia terão iluminação pública.
A falta de policiamento continua a ser um problema grave. O índice de criminalidade na vila é elevado, e a patrulha policial é praticamente inexistente. No ano passado, um jovem foi brutalmente assassinado nas proximidades do terminal de transportes da Mozal, enquanto outro foi gravemente esfaqueado por criminosos.
Diante desse cenário, os moradores pedem medidas urgentes para garantir segurança, infraestruturas e serviços básicos. A expectativa agora é que as promessas da edilidade se concretizem e tragam melhorias para a população da nova vila municipal da Matola-Rio. (Nando Mabica)