Sem capacidade para realizar cirurgias, a unidade hospitalar vê-se obrigada a transferir pacientes para o hospital da cidade de Maputo, sobrecarregando os mesmos.
A Directora-Geral do Hospital Distrital de Matutuíne, Alcinda Manjate, reconhece o problema e informa que o processo para a alocação de um cirurgião já foi submetido, mas aguarda aprovação do Tribunal Administrativo.
“Já começámos a oferecer alguns serviços básicos à população, mas ainda faltam médicos especializados. O processo de contratação está em curso.”
Apesar da sua inauguração em Janeiro deste ano, o hospital ainda não consegue responder a todas as necessidades da população local. Actualmente, a unidade disponibiliza serviços de urgências, estomatologia e maternidade, além de ter iniciado o internamento de pacientes.
No entanto, a carência de profissionais qualificados continua a ser um obstáculo para a prestação de cuidados médicos adequados.
A situação não se restringe à falta de um cirurgião. A unidade sanitária também enfrenta escassez de oftalmologistas, o que limita o atendimento a doentes com patologias oculares.
A resolução deste défice dependerá da contratação de mais médicos especializados, um processo que, até ao momento, avança lentamente.
A carência de profissionais de saúde em Matutuíne torna-se pública poucos meses depois da greve nacional do sector da saúde, motivada pelo não-pagamento do décimo terceiro salário aos funcionários públicos.
A paralisação dos serviços hospitalares evidenciou fragilidades na gestão dos recursos humanos da saúde e agravou o défice de atendimento médico no país.
Com a crescente procura por serviços cirúrgicos e a incapacidade da unidade distrital em responder às necessidades locais, resta saber quando as autoridades competentes irão desbloquear a contratação do tão aguardado cirurgião, garantindo um atendimento digno e acessível aos moradores de Matutuíne. (Sharlenny Adhijah)